Uma base de guerrilheiros da RENAMO, que apoiam a autoproclamada Junta Militar do partido, foi atacada no centro de Moçambique, denunciou o líder do grupo à agência Lusa.
Foto: DW/A. Sebastião
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Mariano Nhongo, tenente-general da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e líder da autoproclamada Junta Militar, disse que um contingente das Forças de Defesa e Segurança invadiu uma base do grupo em Chipindaumwe, distrito de Gondola, e disparou contra os guerrilheiros ali entrincheirados.
Isto, um dia depois de um ataque a um autocarro de passageiros, em que três pessoas ficaram feridas, junto ao rio Pungue, zona limítrofe entre os distritos de Nhamatanda e Gorongosa.
"Temos homens [guerrilheiros] que estão sendo atacados neste momento" disse à Lusa Mariano Nhongo, sem detalhes, avançando que o grupo estava desdobrar-se para responder à ofensiva.
Abraço da paz em Maputo
01:25
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Dissidência
Apesar de as hostilidades entre Governo e RENAMO terem cessado em dezembro de 2016 e de a paz ter sido formalmente subscrita através de acordos assinados há um mês, um grupo liderado por Mariano Nhongo, tenente-general da RENAMO, permanece "entrincheirado nas matas".
O grupo, que se autodenomina Junta Militar da RENAMO, contesta o líder do partido, Ossufo Momade, e os acordos assinados por este, nomeadamente os que regulam o desarmamento e reintegração dos guerrilheiros na sociedade.
Na quinta-feira, uma fonte do grupo negou à Lusa a autoria do ataque ao autocarro de passageiros, classificando-o como "uma forma de chantagem" contra a Junta Militar, que formou uma direção à revelia da estrutura oficial do partido e ameaça com ação militar se o Governo não renegociar os acordos de paz.
No início do mês, o grupo denunciou um plano de ataque às suas bases por forças estatais, e acusou o líder do partido de ter fornecido as coordenadas das bases dos guerrilheiros contestatários.
Notícia atualizada às 20:06 (CET) de 6 de setembro de 2019.
Acordo de Paz histórico em Moçambique
Em Moçambique, o Presidente Filipe Nyusi e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, formalizaram na quinta-feira (01.08) o fim das hostilidades militares no país. O acordo, já considerado histórico, é o terceiro em 25 anos.
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Acordo histórico
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, erguem o acordo de paz e fim das hostilidades, que foi assinado na Serra da Gorongosa, província de Sofala, centro do país. O local é conhecido como bastião da RENAMO. O acordo tem como objetivo acabar com os confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.
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Anos de hostilidade
"Estamos aqui em Gorongosa para dizer a todos moçambicanos e ao mundo inteiro que acabámos de dar mais um passo, que mostra que a marcha rumo à paz efetiva é mesmo irreversível", declarou Filipe Nyusi, referindo-se ao acordo assinado com a RENAMO. É o terceiro documento após anos de hostilidades. O primeiro foi assinado em 1992, em Itália - o chamado Acordo Geral de Paz de Roma.
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Virar a página
"Com esta assinatura do acordo de cessação das hostilidades militares, queremos garantir ao nosso povo e ao mundo que enterramos a lógica da violência como forma de resolução das nossas diferenças", afirmou o líder da RENAMO, Ossufo Momade, ressaltando que "a convivência multipartidária será o apanágio de todos partidos políticos".
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Silenciar das armas
O pacto cala oficialmente as armas e prolonga de forma definitiva uma trégua que durava desde dezembro de 2016, depois de vários anos de confrontos armados entre as forças governamentais e o braço armado da RENAMO.
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Abraço da paz
Na cerimónia de assinatura do acordo, o Presidente de Moçambique Filipe Nyusi mostrou-se otimista em relação aos próximos anos, dizendo que "a incerteza deu ligar à esperança e o futuro de Moçambique é promissor".
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"Paz vai ser testada nas eleições"
Este novo acordo é um passo muito importante para Moçambique e também para todos os partidos. Daviz Simango, líder do MDM, esteve na cerimónia e alertou: "Temos que trabalhar muito neste processo eleitoral que se avizinha. Portanto, se o STAE nos proporcionar o teatro, que tem vindo a fazer de ciclo em ciclo eleitoral, pode proporcionar o retorno a essas situações de conflitos militares".
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Unidos pelo acordo
Horas depois da assinatura do acordo, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse na Beira que o Governo e a RENAMO vão unir-se para debelar qualquer tentativa de prejudicar o acordo de cessação definitiva de hostilidades militares.