Tudo aconteceu na cidade da Beira, capital da província de Sofala, na madrugada de domingo (15.12).

Os agressores intercetaram o antigo Presidente da Assembleia Municipal, Ricardo Lang, quando regressava a casa.

"Ao querer entrar na minha viatura vejo cerca de seis homens que me interceptaram. Notei que estavam a arrastar-me para o carro deles. Um deles pegou numa pistola e começaram a agredir-me".

Lang conta que, quando viu, tinha sido levado para uma mata. 

"Atenderam uma chamada, onde se calhar deviam estar a recever orientações. Depois fizeram uma circunferência,  comigo no centro, e foi onde começou o 'show' de pancadaria, muito forte. Depois das agressões fiquei inconsciente", relembra. 

O político foi socorrido por populares que o levaram até casa. Lang diz não ter dúvidas de que a ação tem "mão política" e acusa.

"O partido FRELIMO tem as mãos, e se calhar o corpo inteiro, nisto. Não temos nenhuma outra ameaça que saia da RENAMO, do PODEMOS ou de uma outra força política", afirma.

Há um mês, o antigo presidente da Assembleia Municipal pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM) foi detido pela polícia durante uma marcha pacífica dos enfermeiros.

Aquando da sua liderança enfrentou fortemente o partido no poder, FRELIMO, em matéria de aprovação, por exemplo, de planos de execução autárquica.

O edil da Beira, Albano Carige, visitou o agredido e defendeu que "o que está a acontecer é uma tentativa de intimidar os moçambicanos e os membros dos partidos de oposição".

"Quanto mais repressão, quanto mais violência e matança bárbara, o ódio das pessoas só está a crescer cada vez mais", concluiu.