Beira ganha mapa de risco face a desastres naturais
12 de maio de 2021A Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) entregou ao Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) de Moçambique um mapa de risco da cidade da Beira, centro do país, para minimizar o impacto de desastres naturais, anunciaram as entidades envolvidas.
"Acreditamos que este mapa irá desempenhar um papel fundamental e indispensável no processo de reconstrução da cidade da Beira", referiu Hiroaki Endo, representante da JICA em Moçambique, citado hoje pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
A cidade da Beira, com meio milhão de habitantes, tem sido a zona urbana de Moçambique mais afetada por ciclones e outras tempestades, devido à sua localização na costa do oceano Índico, percurso natural de muitos ciclones que se desenvolvem no Canal de Moçambique - faixa de mar entre o continente africano e a ilha de Madagáscar.
Propensão a inundações
A Beira tem ainda uma característica especial: erguida em antigos terrenos pantanosos, tem parte da sua área abaixo do nível médio da água do mar, do qual vive separada graças a uma faixa edificada da cidade e a barreiras que também têm sido severamente danificada por tempestades.
O novo mapa identifica zonas de maior risco face a desastres naturais e serve para dar apoio à planificação do uso de terras e à implantação segura de investimentos sociais e económicos. A iniciativa foi apoiada pelo Banco Mundial na sequência do projeto de Fortalecimento da Resiliência na Área Afetada pelo ciclone Idai, em 2019.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) de sempre a atingir o país.