Berlim olha para a Europa após saída das tropas dos EUA
mjp | com agências
31 de julho de 2020
Ministra alemã da Defesa aponta necessidade de canalizar mais esforços para a segurança europeia após "lamentável" anúncio da retirada de quase 12.000 tropas norte-americanas da Alemanha, incluindo o AFRICOM.
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Para o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, a decisão norte-americana para reposicionamento - na Europa e em bases domésticas - de cerca de 12.000 militares dos Estados Unidos que estavam na Alemanha, anunciada na quarta-feira (29.07), mostra "empenho contínuo na segurança europeia".
Mas a ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, faz outra avaliação: os planos norte-americanos são "lamentáveis" e vão obrigar a pensar em alternativas para as cidades afetadas pela decisão, além de enfatizarem a necessidade de uma maior integração europeia ao nível das políticas de segurança e defesa.
"A verdade é que a qualidade de vida na Alemanha e na Europa depende cada vez mais da forma como nós próprios garantimos a nossa segurança. Quero que finalmente avancemos rapidamente com a política de defesa e segurança europeia", afirmou a ministra. A Alemanha deverá usar a atual presidência semestral do Conselho da União Europeia para alcançar este objetivo, acrescentou.
As declarações de Annegret Kramp-Karrenbauer surgem depois de o comando norte-americano para África, o AFRICOM - baseado na cidade de Estugarda, no sul da Alemanha, desde a sua fundação, em 2008 - ter anunciado que está em busca de uma nova sede fora da Alemanha. "O comando vai olhar primeiro para as suas opções na Europa, mas também vai considerar opções nos Estados Unidos", diz um comunicado do AFRICOM.
Até agora, a reação do Governo alemão aos planos dos EUA tem sido classificada como contida. Uma das exceções foi Rolf Muetzenich, uma das figuras de destaque do Partido Social-Democrata (SPD), parceiro da coligação governamental alemã, que sugeriu esta semana que "as cooperações em matéria de armamento terão de ser avaliadas sob uma nova perspetiva".
Planear o futuro
Dos cerca de 12.000 militares norte-americanos atualmente destacados no território alemão, cerca de 6.400 elementos irão regressar a bases domésticas e cerca de 5.600 serão reposicionados noutros países europeus (Polónia, Bélgica e Itália).
O secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, declarou que a decisão cumpre o desejo anunciado pelo Presidente dos Estados Unidos de retirar uma parte do contingente militar norte-americano da Alemanha, país (e Estado aliado na NATO) que Donald Trump acusa de não gastar o suficiente em defesa. O plano, cujo futuro é ainda incerto - uma vez que precisa do apoio e do financiamento do Congresso norte-americano - prevê que permaneçam cerca de 24.000 militares dos EUA em solo alemão.
Mas o que é que acontece às cidades alemãs onde viviam os 12 mil soldados norte-americanos que vão abandonar o país? Num comunicado divulgado esta sexta-feira (31.07), a ministra da Defesa alemã afirmou que tenciona convidar os governadores dos estados federados alemães afetados para discutir as repercussões da decisão norte-americana. O encontro com os governadores pretende avaliar como os militares alemães podem apoiar as regiões, segundo explicou a ministra.
As localidades visadas já se preparam para as consequências da decisão norte-americana, prevendo um duro golpe nas suas economias. "Se os soldados deixarem Spangdahlem, podemos fechar portas", diz Karl Metz, vendedor de automóveis nesta localidade na região alemã do Eifel, onde se encontra uma base aérea norte-americana. "Seria uma perda total. Sem trabalho, sem nada", lamenta. Só nesta base norte-americana vivem quase 11 mil pessoas, incluindo as famílias dos soldados.
"É uma decisão solitária e irracional, incompreensível, feita por uma pessoa bizarra", resume Manfred Rodens, o presidente da câmara de Speicher, o município a que pertence Spangdahlem.
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
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"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
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Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
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Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
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Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
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Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
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As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
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Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
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O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
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Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
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45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.