Bielorrússia: Manifestantes são detidos em protesto
6 de setembro de 2020Dezenas de manifestantes foram detidos este domingo (06.09) em Minsk, a capital da Bielorrússia, durante uma marcha de protesto da oposição, que contesta a reeleição do Presidente Alexander Lukashenko.
Segundo o grupo bielorrusso de defesa dos direitos humanos Viasna, pelo menos 37 pessoas foram detidas à margem da manifestação. Dezenas de milhares de bielorrussos protestam novamente no meio da onda de manifestações que agitam o país há quatro semanas.
Nas eleições presidenciais de 9 de agosto, o líder autoritário conquistou um sexto mandato, com 80% dos votos, em eleições consideradas fraudulentas pela oposição.
Com as cores branca e vermelha da oposição, a multidão convergiu de vários bairros para o centro de Minsk, onde foi instalado um importante dispositivo de segurança. No sábado (05.09), cerca de 5.000 mulheres desfilaram na capital bielorrussa, pedindo a demissão de Alexander Lukashenko. Estudantes universitários também se manifestavam contra a detenção de colegas noutros protestos.
Conselho de Segurança
Lukashenko lidera a ex-república soviética de 9,5 milhões de habitantes há 26 anos. O Presidente acusa os manifestantes de serem "marionetas" do Ocidente.
A líder da oposição na Bielorrússia, Svetlana Tikhanovskaya, que se exilou na Lituânia após o escrutínio, exigiu na sexta-feira (04.09) perante o Conselho de Segurança da ONU o uso de "todos os mecanismos", incluindo sanções, para terminar a violência e as "violações dos direitos humanos" perpetradas pelo Governo de Minsk.
Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma violenta, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções. Tikhanovskaya também solicitou o envio imediato de observadores internacionais para que documentem a situação no terreno.
Os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.