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Bispos criticam corrupção e comunicação social em Angola

Lusa | DW (Deutsche Welle)
9 de novembro de 2023

Os bispos católicos angolanos lamentaram hoje a corrupção que "drenou" o país e a atual crise "sem fim à vista". E defenderam que Angola precisa "com urgência" de uma comunicação social credível que "evite a propaganda".

Imagem de arquivo: Conselho Permanente da CEAST decorreu quarta e quinta-feira em Luanda
Foto: DW/M. Luamba

Na Nota Pastoral sobre a Situação Social de Angola, apresentada hoje, em Luanda, os bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) dizem que a atual crise potencia o desespero das famílias angolanas, exortando-as a não perderem a esperança.

O documento, apresentado no final da reunião do Conselho Permanente da CEAST, que decorreu quarta-feira e hoje na capital angolana, os prelados recordam que se aproxima o 11 de novembro, data em que serão celebrados 48 anos de independência do país.

"Aqueles que sofreram na pele a brutalidade do sistema colonial viram naquele dia (11 de novembro de 1975) o renascer das suas esperanças com a possibilidade do alcance da autodeterminação e a consequente criação de um Estado novo capaz de dar o melhor para os seus filhos", recordam.

Para os bispos angolanos, apesar da crise financeira de 2008, da crise dos países produtores de petróleo de 2014, o país parece não ter "tirado as lições que se impunham" para melhorar "o modo de governar de alcançar o bem-estar duradouro para todos".

"As crises económicas cíclicas, a depreciação da moeda, a perda do poder de compra e o consequente difícil acesso dos bens da cesta básica parece fazerem parte do quotidiano dos angolanos sem fim à vista", lamentam.

Segundo a CEAST, diante deste quadro de crise, a "tentação maior é a do desespero, da resignação e da desistência", mas defende que, apesar disso, os angolanos não devem "perder a esperança".

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Comunicação social credível

Os bispos sublinham ainda que Angola precisa, "com urgência", de uma comunicação social credível, "que una os angolanos e evite a propaganda", pedindo "consensos" para a reconciliação nacional.

"Precisamos todos, sem exceção, de sentar e refletir em conjunto tudo o que correu mal, apreciar os feitos positivos que fomos capazes de realizar e iniciarmos imediatamente a reconstrução do nosso tecido social", defendem os bispos angolanos.

Para os bispos da CEAST, a comunicação social deve ser um instrumento de paz e de desenvolvimento.

O estabelecimento "efetivo" de um Estado democrático e de direito, "onde o primado da lei e da justiça sejam para todos sem exceção", foi também assinalado como uma componente a ter em conta nas abordagens sobre o quadro atual de Angola.

 

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