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Bissau: Arquivada denúncia de alegadas mortes em hemodiálise

8 de julho de 2025

O Ministério Público guineense ordenou o arquivamento do processo aberto na sequência de denúncias do presidente da Liga dos Direitos Humanos em como doentes estavam a morrer por falhas no tratamento de hemodiálise.

Hospital Nacional Simão Mendes, em julho de 2016
Segundo a denúncia de Bubacar Turé, "todos os doentes em tratamento por hemodiálise" no Hospital Nacional Simão Mendes, "praticamente, acabaram por falecer".Foto: Gilberto Fontes

A informação consta de uma nota de imprensa enviada à agência de notícias Lusa, na qual o Ministério Público da Guiné-Bissau informa que se decidiu pelo arquivamento dos autos por "inexistência de quaisquer outras diligências probatórias com aptidão para a descoberta da verdade".

De acordo com o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, as informações na posse da organização indicavam que "todos os doentes em tratamento por hemodiálise" no Hospital Nacional Simão Mendes, "praticamente, acabaram por falecer".

Turé fez estas declarações no dia 10 de abril passado, em Dacar, Senegal, onde assistia a uma conferência internacional sobre as mulheres e raparigas, no passado mês de abril.

O ativista questionou sobre se as mortes poderiam ter que ver com a falta de preparação técnica dos profissionais colocados no centro de hemodiálise, o primeiro no país.

As autoridades sanitárias, políticas e judiciais consideraram as afirmações de Bubacar Turé como uma denúncia caluniosa.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou, depois, que homens armados do Ministério do Interior teriam vandalizado a casa de Bubacar Turé em Bissau, numa altura em que aquele se encontrava em missão de serviço no interior do país.

O ativista esteve escondido durante alguns dias até se apresentar ao Ministério Público, acompanhado de advogados, no dia 23 de abril, tendo sido ouvido nos autos, na qualidade de denunciante.

O órgão judicial afirma que decidiu encerrar os inquéritos sobre o caso por falta de provas, apesar de várias diligências desencadeadas nesse sentido.

"Apesar de o denunciante se [ter] comprometido, em sede de inquirição, a apresentar, num prazo de três dias, os elementos probatórios que sustentam a sua denúncia, não o fez decorridos mais de noventa dias", refere a nota do Ministério Público.

O centro de hemodiálise entrou em funcionamento em fevereiro deste ano, graças ao pedido do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, ao reino de Marrocos, que financiou o equipamento.

Lusa Agência de notícias