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Carlos Gomes Júnior lança candidatura às presidenciais

Iancuba Dansó (Bissau)
14 de agosto de 2019

No lançamento da sua candidatura independente para as eleições presidenciais guineenses, "Cadogo" promete mais democracia, transparência e justiça social para a Guiné-Bissau.

Carlos Gomes Junior Präsidentschaftskandidat in Guinea-Bissau
Foto: DW/I. Dansó

Carlos Gomes Júnior, lançou esta quarta-feira (14.08.) a candidatura independente para as eleições presidenciais de 24 de novembro, na Guiné-Bissau, e prometeu lutar para o reforço da democracia, da transparência e da justiça social.

O lançamento da candidatura do ex-chefe do governo guineense, afastado do poder pelo golpe de Estado, em 2012, aconteceu em Gardete, a 12 quilómetros de Bissau, juntando milhares de pessoas.

No seu discurso, Carlos Gomes Júnior (Cadogo como é conhecido), referiu-se a vários aspetos da vida política da Guiné-Bissau, mas centrou a sua mensagem naquilo que segundo disse, deve ser o "verdadeiro papel do Presidente da República".

Candidato à revelia do PAIGC

O homem que se assume como candidato independente,à revelia do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), partido do qual é ainda militante, fez várias promessas:"Como Presidente da República, tudo farei para que o reforço da democracia e do Estado de Direito seja uma realidade perene e absoluta, pelo que, lutarei com todas as minhas forças para que seja reforçada a democratização dos parâmetros da governação, suscitando positivamente a promoção da transparência, da justiça social e uma redistribuição mais justa e equitativa dos recursos do país", disse perante uma ovação.

Cerimónia de lançamento da candidatura de "Cadogo"Foto: DW/I. Dansó

"Cadogo" afirmou ainda que o Presidente da República não é parte do poder executivo e nem deve imiscuir-se no seu normal exercício. No atual contexto constitucional, ao Chefe de Estado, cabe a função do parceiro do governo, alertou o candidato

"O Presidente da República deve desenvolver com o Executivo, uma relação institucional na base das leis e na sã convivência e interação de poderes e competências, devendo nesse âmbito, agir como um parceiro estratégico do governo, criando concertações e sinergias, em busca do desenvolvimento e o bem-estar social dos nossos cidadãos".

Promover o diálogo

O ex-primeiro-ministro destacou a necessidade de promover o diálogo com as forças políticas, a classe castrense e a sociedade civil, visando uma cultura de paz na Guiné-Bissau.

A DW África, ouviu a opinião de alguns guineenses sobre o que pensam da candidatura de Gomes Júnior:“Se formos ver o passado dele, enquanto esteve no governo do país, havia muita agitação política e social”, observou o cidadão Umaro Sané, enquanto Braima Djassi, considera que esta candidatura não é bem-vinda. “Carlos Gomes Júnior deve ficar ainda fora do contexto político guineense, até que alguns casos menos abonatórios e que ele terá sido um dos principais suspeitos sejam esclarecidos”. Por seu lado, a cidadã Eulália da Silva remeteu a decisão para os guineenses: “Carlos Gomes Júnior tem o direito de se candidatar e cabe aos guineenses saberem fazer a boa escolha para os próximos cinco anos”, concluiu.

Bissau: Lançamento da candidatura de Carlos Gomes Júnior às presidenciais

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Percurso político

Fizeram-se representar na cerimónia do lançamento da candidatura, várias individualidades da vida pública da Guiné-Bissau, uma ocasião que serviu para Carlos Gomes Júnior lembrar o seu percurso político e "feitos positivos", enquanto líder do PAIGC (atualmente no poder), levando aquele partido a conquistar 67 dos 102 lugares no Parlamento guineense, em 2008.

Apoiam a candidatura independente de Carlos Gomes Júnior, o antigo Presidente interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, que é responsável do gabinete estratégico da candidatura, Fernando Mendonça, antigo ministro da Comunicação Social e Diretor Nacional da Campanha, e ainda Fernando Gomes, antigo Ministro do Interior.

 

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