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Bissau: Polícia tenta travar reunião do PRS

Djariatú Baldé
3 de junho de 2024

A polícia guineense barrou a entrada da sede do Partido da Renovação Social, em Bissau, para tentar impedir uma reunião da comissão política. Lançou ainda gás lacrimogéneo junto à casa do presidente interino do partido.

Fernando Dias, presidente interino do partido da Renovação Social (PRS)
Foto: Iancuba Dansó/DW

Foram momentos de tensão, em Bissau. Esta segunda-feira (03.06), a polícia tentou barrar o acesso de militantes do PRS à sede do partido. Para essa hora estava marcada uma reunião extraordinária da comissão política sobre os conflitos internos em torno do presidente interino, Fernando Dias.

Segundo Fernando Dias, quem chamou a polícia foi um dos líderes fundadores do partido, Ibraima Sori Djaló: "Ele mandou uma carta ao Ministério do Interior a ordenar o nosso espancamento na sede. Por isso, saímos das nossas casas, viemos aqui. Se é para morrer, vamos morrer", desafiou.

Por entre a confusão, os membros do partido conseguiram furar a barreira policial.  A reunião da comissão política acabou por se concretizar.

Mais tarde, a polícia lançou gás lacrimogéneo junto à residência privada de Fernando Dias, para dispersar os militantes que se encontravam ali. As forças de defesa e segurança justificaram a ação com "ordens superiores".

"Mão oculta" por trás dos conflitos internos

Apesar de não querer gravar entrevista, Ibraima Sori Djaló confirmou à DW que foi ele quem solicitou a intervenção da polícia para impedir o acesso dos militantes à sede. O político citou uma decisão judicial, que alegadamente afasta Fernando Dias da liderança do PRS.

Na semana passada, um grupo de dirigentes descontentes com Dias criou uma comissão de gestão transitória do partido até à realização do congresso extraordinário, previsto para este mês. Ibraima Sori Djaló é quem lidera essa comissão.

O presidente interino do partido, Fernando Dias, diz que estes conflitos internos têm a "mão oculta" do Presidente da República. Porque ele, Fernando Dias, tem sido bastante crítico de Umaro Sissoco Embaló.

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"Apesar do bloqueio orientado pelo poder superior, a mão oculta que sempre falamos, mais uma vez [...] vamos dizer a Umaro Sissoco Embaló que ninguém vai assassinar o PRS", anunciou Dias.

PRS promete "resistir"

Depois da reunião desta segunda-feira, a comissão política do partido decidiu retirar a confiança política aos 16 membros que contestam a liderança de Dias e que criaram a comissão paralela de gestão transitória. Instruíram ainda o presidente interino a convocar um conselho nacional extraordinário para marcar o congresso do PRS.

O porta-voz do partido, Gabriel Ié, garante que, apesar destes conflitos, os compromissos do partido com os guineenses não foram abalados: "O PRS foi o pioneiro da democracia na Guiné-Bissau. Nós sabemos o grau da nossa responsabilidade. Portanto, vamos resistir até ao fim usando sempre as vias legais", promete.

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