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Bissau: Presidente admite nomear Simões Pereira como PM

Lusa
8 de junho de 2023

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, admitiu hoje nomear Domingos Simões Pereira, vencedor das legislativas de domingo, para primeiro-ministro, depois de ter dito o contrário durante a campanha eleitoral.

Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau
Foto: Tony Karumba/AFP/Getty Images

"Eu sei o que disse, mas um político tem de recuar pelo bem-estar da nação", afirmou hoje o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, numa mensagem à Nação, no Palácio da Presidência, em Bissau.

Durante a campanha eleitoral, Sissoco Embaló disse que não iria nomear Domingos Simões Pereira para o cargo de primeiro-ministro, nem o vice-presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Geraldo Martins, enquanto ambos não respondessem a casos pendentes na Justiça, mas sem especificar.

Hoje, após o anúncio do resultado das eleições, ganhas pela coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, liderada por Domingos Simões Pereira, que obteve a maioria absoluta no Parlamento, o chefe de Estado disse que "não há inimigos permanentes" e que "quem ganhou foi a democracia".

Resultados das legislativas

A Comissão Nacional de Eleições divulgou hoje os resultados provisórios das eleições legislativas do passado domingo (04.06) que deram a vitória à coligação PAI - Terra Ranka com 54 dos 102 deputados ao parlamento, conquistando assim a maioria absoluta.

Os resultados provisórios indicam também que o Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) obteve 29 deputados na Assembleia Nacional Popular, mais dois assentos do que em 2019 e o líder do partido, Braima Camará, já felicitou o vencedor, manifestando-se pronto para colaborar e ajudar a arranjar soluções de estabilidade política para o país.

O Partido de Renovação Social (PRS) conseguiu 12 deputados, uma grande descida em relação às legislativas de 2019, quando obteve 21 assentos, e o líder da formação política, Fernando Dias, disse que respeita a vontade do povo e a mensagem de "repreensão pela companhia em que se encontrava", referindo-se ao facto de ter integrado o anterior Governo. 

O Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), criado no final de 2021, e liderado por Botche Candé, obteve seis deputados na sua estreia eleitoral.

O grande derrotado das eleições legislativas é a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau, liderada pelo primeiro-ministro cessante Nuno Gomes Nabiam, que obteve apenas um deputado, quando em 2019 elegeu cinco deputados.

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