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Bissau quer negociar com FMI programa mais "ambicioso"

Lusa
22 de abril de 2021

O primeiro-ministro guineense, Nuno Nabiam, defende a negociação de um programa mais "alargado e ambicioso" com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que permita concretizar o plano de construção de infraestruturas.

Foto: Yuri Gripas/REUTERS

A posição foi transmitida durante uma reunião virtual entre o primeiro-ministro guineense e dirigentes do FMI. "O chefe de Governo sensibilizou os responsáveis do FMI para a Guiné-Bissau da imperiosa necessidade de ser adotado um programa mais alargado e ambicioso, que permita dotar o país de recursos para materializar o plano emergente de investimentos públicos, tendo em conta que é urgente resolver os problemas de falta de infraestruturas", referiu, em comunicado divulgado quarta-feira (21.04), o gabinete do primeiro-ministro.

Nuno Gomes Nabiam abordou também a questão da reforma e modernização da administração pública do Estado. "O primeiro-ministro fez saber ao FMI da prioridade do Governo em iniciar o mais breve possível o processo, há muito adiado, que irá permitir ao Estado poupar perto 30 mil milhões de francos cfa (cerca de 45 milhões de euros) e libertar recursos para reinvestimentos fundamentais em outras áreas", salientou-se na nota.

O ministro das Finanças guineense, João Fadiá, anunciou no início deste mês que a Guiné-Bissau pretende aceder ao Programa de Crédito Alargado do FMI em 2022.

João Fadiá, ministro das Finanças Foto: DW/B. Darame

FMI em Bissau ainda este mês

Uma missão do FMI deverá chegar ao país ainda este mês para discutir um programa de referência exigido neste processo.

Segundo João Fadiá, o programa de referência não tem financiamento, mas exige evidências de boas práticas e são acordadas algumas metas. "Se forem cumpridas, mostra-se que é bom aluno e passa-se para fase seguinte", disse, salientando que a visita do FMI vai ocorrer entre 28 de abril e 18 de maio.

O programa de referência, segundo o ministro, inclui três revisões, a última das quais em março de 2022. "Se tudo correr bem, em março de 2022 poderá ser feito um Programa de Crédito Alargado. E se tudo correr bem, haverá um segundo saque de facilidade do crédito rápido", ou seja, se o programa de referência for satisfatório a Guiné-Bissau terá acesso a mais 20 milhões de dólares, explicou.

Guiné-Bissau beneficiou da Facilidade de Crédito Rápido e isso permitiu ao país mobilizar 50% da sua quota, ou seja, 20 milhões de dólares (16,8 milhões de euros), que entraram nas contas em janeiro.

"O programa de referência é mais ou menos um entrar na convivência com o FMI, o que vai permitir a outros doadores institucionais terem condições para voltar a pensar dar apoios orçamentais à Guiné-Bissau", salientou o governante.

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