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Bissau: Recenseamento eleitoral decorre "a bom ritmo"

Iancuba Dansó (Bissau)
21 de dezembro de 2022

O recenseamento decorre há cerca de duas semanas na Guiné-Bissau e continua a ser criticado. À DW, responsável do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral tranquiliza a sociedade e diz que está tudo "bem".

(Foto de arquivo)Foto: DW/B. Darame

O Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) espera inscrever mais de 800 mil cidadãos guineenses para as eleições de 4 de junho de 2023.

O recenseamento eleitoral começou a 10 de dezembro, embora vários partidos da oposição e a sociedade civil questionem a transparência do processo.

Em entrevista à DW África, o diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, Gibril Baldé, garante que "tudo está a correr bem e em bom ritmo".

"No início, há sempre alguns constrangimentos, mas esses constrangimentos estão a ser superados à medida que os dias passam. Até ao sábado passado (17.12), tínhamos 103.542 eleitores registados a nível nacional."

Faltam mesas de recenseamento

Vários cidadãos ouvidos nas ruas de Bissau pela DW África criticaram o andamento do recenseamento, destacando a "insuficiência" das mesas de registo dos eleitores.

"As mesas de recenseamento não são suficientes. Na minha zona [de residência] só vi uma mesa e ultimamente não estou a ver essa mesa naquele local", afirmou uma cidadã.

Esta é a minha cidade: Bissau

03:27

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"Pela forma como estão a movimentar as mesas de recenseamento, vejo que muitos cidadãos vão ficar de fora, sem ter acesso ao cartão de eleitor", queixou-se outro cidadão. "Também porque a mesa ainda não chegou à nossa zona". 

Polémica na CNE

O recenseamento eleitoral decorre na mesma altura em que se instalou a polémica sobre a Comissão Nacional de Eleições (CNE), que a oposição acusa de estar caduca e sem presidente.

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e duas outras formações políticas criticaram, na semana passada, o arranque do recenseamento, sem que houvesse consenso entre as forças políticas relativamente ao funcionamento da CNE. 

O diretor-geral do GTAPE diz que a polémica não afeta o recenseamento eleitoral nem a entidade que dirige. "Isso não é da competência do GTAPE, nem queremos comentar isso", frisou.

Gibril Baldé assegura que "a CNE está presente, está a trabalhar e a acompanhar o processo. Se alguém entender que há algum problema, há vias para recorrer, porque estamos em democracia".

O presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), Abulai Djaura, apela ao recenseamento de todos os cidadãos maiores de 18 anos.

"É importante que as nossas autoridades criem condições para recensear toda a população ativa para a votação. Que não tenhamos recenseamento seletivo, onde uma ou outra formação política, a própria população ou a juventude esteja a teclar porque a mesa não chegou no local onde se encontra."

Na semana passada, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, marcou a realização das eleições legislativas para 4 de junho de 2023, depois de a data de 18 de dezembro deste ano, inicialmente indicada para o escrutínio, se ter tornado inexequível por "razões técnicas".

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