As declarações foram feitas pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos após uma reunião de três horas com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

O secretário de Estado norte-americano afirmou que manteve uma "reunião muito construtiva" com Netanyahu, que confirmou que "Israel aceita a proposta de transição" apresentada pelos Estados Unidos na semana passada, durante as negociações em Doha.

"Agora cabe ao Hamas fazer o mesmo", disse mais tarde aos jornalistas, em Telavive, Antony Blinken, que efetua a nona missão de emergência ao Médio Oriente desde o início do atual conflito.

No entanto, não disse se tinham sido abordadas as preocupações do Hamas, nomeadamente o controlo de dois corredores estratégicos em Gaza exigido por Israel.

Segundo o secretário norte-americano, Netanyahu também prometeu que Israel enviaria uma equipa para as conversações que deverão ser retomadas esta semana, mediadas pelo Egito e pelo Qatar.

"Esta pode ser a última oportunidade"

Blinken já tinha anunciado hoje que estava na altura de concluir um acordo de cessar-fogo em Gaza que devolveria a Israel os reféns detidos pelo Hamas e ajuda humanitária aos palestinianos, após mais de 10 meses de combates devastadores na Faixa de Gaza.

"Este é um momento decisivo, esta pode ser a melhor, a última oportunidade de trazer os reféns para casa, de obter um cessar-fogo e de colocar todos na via da paz e da segurança duradouras", afirmou durante um encontro com o Presidente israelita, Isaac Herzog.

Os Estados Unidos, o Egito e o Qatar têm estado há meses a tentar mediar um acordo entre Israel e o Hamas, tendo as conversações sido repetidamente interrompidas.

Blinken também garantiu que Israel concordou em apoiar os esforços de vacinação das crianças de Gaza contra a poliomielite, na sequência de um apelo da ONU em resposta ao primeiro caso confirmado em 25 anos no território palestiniano.

Na passada sexta-feira (16.08), a ONU apelou a uma "pausa humanitária" de uma semana para vacinar mais de 640.000 crianças.