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Boko Haram contra-ataca depois de Chade entrar na Nigéria

Umaru Aliyu / Frejus Quenum / AFP / AR4 de fevereiro de 2015

O grupo radical lançou uma grande contra-ofensiva, depois de os soldados do Chade entrarem "em força" na Nigéria pela primeira vez. Mas os militantes foram travados pelas tropas regionais.

Militantes do Boko Haram na NigériaFoto: picture alliance/AP Photo

O grupo radical islâmico Boko Haram lançou na manhã desta quarta-feira (04.02) uma grande contra-ofensiva nos Camarões. Os extremistas mataram dezenas de civis e incendiaram a grande mesquita de Fotokol, antes de serem forçados a abandonar a localidade, agora controlada por tropas camaronesas e chadianas.

O ataque ocorreu um dia depois da primeira ofensiva terrestre do exército do Chade em solo nigeriano, que conseguiu desalojar os extremistas da cidade fronteiriça de Gamborou, a meros 500 metros de Fotokol.

Nove soldados chadianos e 200 combatentes do Boko Haram morreram nos combates de terça-feira na Nigéria, segundo Brahimi Saed, responsável do exército do Chade.

Soldados chadianos entraram, pela primeira vez, na Nigéria para combater Boko HaramFoto: AFP/Getty Images/M. Medina

"Recuperámos do inimigo uma dezena de veículos equipados com armas pesadas e uma centena de motorizadas, que foram destruídas. De notar que este balanço é provisório, porque a 'limpeza' das localidades ainda prossegue", referiu o militar.

O que levou o Chade a intervir?

Os ataques incessantes dos últimos dias levados a cabo pelo Boko Haram, que alarga o seu controlo no nordeste da Nigéria, têm preocupado grandemente as autoridades dos Camarões, do Níger e do Chade. Daí que N'Djamena tenha reagido militarmente, para garantir o equilíbrio regional e impedir infiltrações de extremistas no seu território.

Segundo Lucien Pambou, professor universitário em França e membro do comité de redação da revista "Geopolítica Africana", o Chade está bastante preocupado com a intenção do Boko Haram de criar um califado, que se alastraria desde o seu território até aos Camarões, Nigéria e Benim.

Por outro lado, o Governo chadiano está interessado em provar o poderio do país em matéria de segurança para daí colher dividendos, diz Pambou. "N'Djamena quer mostrar que o seu país é um Estado a ter em conta, tanto para a região do Sahel como para os países da África central. No país, o Presidente Idriss Déby é contestado pela população, mas o facto de apoiado os irmãos camaroneses permite-lhe ter uma imagem cada vez mais positiva no seio da população."

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Segundo várias testemunhas oculares, muitos militantes do Boko Haram estão há meses a residir em várias aldeias nigerianas. Mas o exército da Nigéria tem sido incapaz de travar o avanço dos extremistas, algo que tem sido muito criticado pela população do país – sobretudo quando só faltam dez dias para as eleições presidenciais, a que o atual Presidente, Goodluck Jonathan, se volta a candidatar.

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