Brasileiros vão às urnas em cenário de divisão extrema
kg | EFE | Lusa
28 de outubro de 2018
Mais de 147 milhões de eleitores são convocados a escolher o novo Presidente na segunda volta disputada por Jair Bolsonaro, de extrema-direita, e Fernando Haddad, de esquerda. Eleições são marcadas por polarização.
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Após uma campanha eleitoral polarizada, mais de 147 milhões de brasileiros foram convocados a ir às urnas este domingo (28.10) para eleger o novo Presidente do país na segunda volta disputada pelo candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), e o candidato de esquerda, Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT).
As últimas sondagens de voto divulgadas na noite de sábado (27.10) dão vitória a Bolsonaro. Segundo o Instituto da Datafolha, o ex-deputado federal tem 55% dos votos contra 45% de Haddad. Já o Instituto Ibope confirma 56% para Bolsonaro e 44% para Haddad. No primeiro turno, o candidato do PSL, à frente nas pesquisas, obteve 46,03% dos votos válidos, contra 29,28% do adversário petista.
Jair Bolsonaro é um ex-capitão reformado do Exército nostálgico da última ditadura (1964-1985) e conhecido por declarações consideradas sexistas, racistas e homofóbicas. Favorito para ganhar as eleições presidenciais deste domingo, o candidato votou em uma escola na Zona Oeste do Rio de Janeiro em meio a um forte esquema de segurança e evitou o contato com a imprensa.
As medidas de segurança se devem ao temor de um novo atentado, como o que Bolsonaro sofreu em 6 de setembro em Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde foi esfaqueado por um homem durante um comício, o que o levou a ficar internado por 23 dias e interromper a campanha nas ruas, além de desistir dos debates na televisão.
Fernando Haddad foi ministro da Educação no Governo do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e prefeito de São Paulo. O candidato petista votou cercado de apoiadores que carregavam rosas e livros e diziam "não ao fascismo".
Polarização
Num cenário de extrema divisão, as urnas eletrónicas no Brasil abriram às 9h (horário local). Ao falar com a imprensa, o presidente Michel Temer votou este domingo na cidade de São Paulo e pediu que os brasileiros "voltem a se unir" depois da segunda volta das eleições presidenciais, e anunciou que o processo de transição deve começar "amanhã mesmo ou na terça-feira".
Temer reiterou que está pronto para iniciar a transição e os contatos com seu sucessor, a quem entregará o poder a 1º de janeiro de 2019. Já sobre a possibilidade de seu partido, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), apoiar o novo governo, afirmou que o assunto ainda não foi debatido.
A ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla, chefe da missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) enviada ao Brasil, afirmou que as eleições ocorrem de forma "tranquila e organizada". Nos últimos dias, a missão da OEA manifestou preocupação com o uso de redes sociais e da plataforma WhatsApp para a divulgação de notícias falsas contra os dois candidatos, que classificou como "sem precedentes" em todo o mundo.
Nesta segunda volta, os brasileiros também escolherão os governadores de 13 estados e do Distrito Federal. Na Alemanha, mais de 25 mil brasileiros estão aptos a votar. Em Berlim, vários eleitores foram votar com um livro na mão em sinal de apoio a Fernando Haddad. Um grupo levou uma caixa de som e cantava músicas de Chico Buarque.
Mais de 500 mil eleitores estão aptos a votar no exterior, em 99 países. Em Luanda, a capital angolana, estão registados 342 eleitores brasileiros. A votação para escolher o novo Presidente brasileiro já foi encerrada em ao menos 16 países da Ásia e da Oceania. A comunidade de eleitores brasileiros em Timor-Leste votou maioritariamente a favor de Jair Bolsonaro para a Presidência do Brasil. Dos 44 votantes que participaram na eleição em Díli, 27 votaram a favor de Bolsonaro e 11 de Fernando Haddad, tendo-se registado cinco votos nulos.
Os resultados finais da segunda volta serão divulgados a partir das 19h (horário de Brasília), quando termina a votação no Acre, no norte do país.
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
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Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
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Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
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Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
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Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
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As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
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O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.