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ConflitosIsrael

BRICS pedem "trégua humanitária" para "fim das hostilidades"

Lusa
21 de novembro de 2023

BRICS pedem trégua humanitária em conflito Israel-Hamas. Líderes defendem solução pacífica e apoiam ajuda humanitária. Rússia insiste em solução diplomática, Irão pede declaração de Israel como Estado terrorista.

Südafrika | BRICS Wladimir Putin
Foto: Sergei Bobylev/dpa/picture alliance

Os líderes dos BRICS pediram hoje numa reunião virtual extraordinária do grupo de economias emergentes uma "trégua humanitária, duradoura e sustentada que conduza ao fim das hostilidades" entre Israel e o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza. 

O bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) divulgou esta posição em comunicado, após o final do encontro convocado pelo Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa -- cujo país preside este ano aos BRICS -- e onde foi analisada a situação em Gaza. 

"Reafirmamos que uma solução justa e duradoura do conflito israelo-palestiniano apenas pode ser alcançada por meios pacíficos", sublinha o texto, que advoga a criação de dois Estados, Israel e Palestina. 

Desta forma, os líderes do bloco reiteraram "firme apoio aos esforços regionais e internacionais destinados a garantir o fim imediato das hostilidades, garantir a proteção dos civis e a prestação de ajuda humanitária". 

Conflito Israel-Hamas: Pausa humanitária em Gaza é "urgente"

03:23

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"Manifestamos a nossa profunda preocupação pela terrível situação humanitária nos Territórios Palestinianos Ocupados", assinalaram, antes de solicitarem o "envio de ajuda humanitária em conformidade com os princípios básicos de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência". 

Violência contra civis

O comunicado também condena "os atos de violência dirigidos contra civis palestinianos e israelitas, incluindo crimes de guerra, ataques indiscriminados e ataques contra infraestruturas civis, para além dos atos de provocação, incitamento e destruição". 

O documento conclui com uma apelo "à proteção dos civis, em conformidade com o direito internacional humanitário, e os direitos humanos internacionais". 

Na reunião participaram os presidentes do Brasil, Lula da Silva, da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da África do Sul, com a Índia a ser representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Subrahmanyam Jaishankar.

No encontro virtual também marcaram presença o Presidente do Egito, Abdel Fatah el-Sisi, o homólogo do Irão, Ebrahim Raisi, o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, o chefe da diplomacia argentina, Santiago Cafiero, e representantes da Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, países convidados a aderir aos BRICS em agosto, na cimeira que decorreu na cidade sul-africana de Joanesburgo. 

Lula e Xi sublinharam nas suas intervenções a preocupação sobre um eventual alastramento do conflito a países vizinhos, com consequências para a estabilidade de toda a região, enquanto Putin advogou por uma "solução diplomática".

"A posição da Rússia sobre a situação em Gaza é coerente e não é oportunista. Moscovo insiste numa solução diplomática do problema", disse o líder russo. 

Israel declarou guerra ao Hamas em 07 de outubroFoto: Hatem Ali/AP Photo/picture alliance

"Israel como um Estado terrorista"

Por sua vez, Raisi pediu aos restantes membros dos BRICS que declarem Israel como um Estado terrorista e adotem uma resolução vinculativa das Nações Unidas contra esse país. 

"Os contínuos ataques do regime sionista contra hospitais e centros médicos, locais religiosos, o assassinato de mulheres, crianças, médicos, enfermeiras, são todos atos terroristas", assinalou o dirigente iraniano. 

Israel declarou guerra ao Hamas em 07 de outubro, após um ataque do grupo islamita que incluiu o lançamento de 'rockets' e a infiltração de cerca de 3.000 combatentes, que segundo as autoridades israelitas mataram perto de 1.200 pessoas, incluindo 300 soldados, e sequestraram mais de 240 em localidades próximas da Faixa de Gaza. 

Desde então, forças aéreas, navais e terrestres têm bombardeado sistematicamente o enclave palestiniano, onde segundo o ministério da Saúde local já foram mortas mais de 14.000 pessoas -- na maioria crianças e mulheres -- e cerca de 6.500 desaparecidos que poderão encontrar-se debaixo dos escombros. 

A estes números juntam-se dezenas de milhares de feridos e mais de 1,7 milhões de deslocados -- mais de dois terços da população total --, que se confrontam com uma grave crise humanitária devido à escassez de água, alimentos, medicamentos e combustível. 

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