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PolíticaBurkina Faso

Burkina Faso: Militares e partidos discutem transição

AFP | AP | tms
2 de fevereiro de 2022

A junta militar do Burkina Faso manteve conversações com os chefes dos partidos políticos do país, muitos dos quais disseram estar interessados em aderir a uma transição planeada de regresso à democracia.

População mostrou apoio aos militares nas ruas de Ouagadougou Foto: Olympia de Maismont/AFP

O protagonista do golpe de Estado, tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, liderou a reunião de mais de meia hora no palácio presidencial na capital Ouagadougou, esta terça-feira (01.02).

"As declarações do chefe de Estado vão no sentido do restabelecimento da paz. Saudamo-lo", disse Eddie Komboigo, líder da oposição.

"Ele quer avançar de forma rápida e correta", destacou Komboigo sobre Damiba, apelando à comunidade internacional a oferecer apoio "para que a junta possa ter sucesso na sua missão".

Partidos dispostos a ouvir 

Outras figuras da oposição afirmaram que também estavam dispostos a ouvir as propostas da junta militar. "O nosso dever é assegurar o seu sucesso, e como políticos precisamos que confiem em nós", disse Alain Zoubga, um ex-assistente próximo do ex-Presidente Blaise Compaoré, que foi deposto numa revolta popular em 2014.

"[Os militares] falaram da sua abertura a todos aqueles que podem dar uma contribuição, de acordo com a experiência e os conhecimentos, não de acordo com a filiação partidária", disse Achille Tapsoba do Congresso para a Democracia (CDP), o antigo partido da Compaoré.

Burkina Faso: Celebrações pro-junta nas ruas de Ouagadougou

02:06

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Alassane Bala Sakande, chefe do antigo partido no poder, o Movimento Popular para o Progresso (MPP), e que liderou o Parlamento antes do golpe de Estado, esteve também no encontro desta terça-feira.

Sem avançar detalhes, disse que lhe tinha sido dada autorização para visitar o Presidente deposto, Roch Marc Christian Kaboré, que se encontrava em prisão domiciliária.

Negociações com a comunidade internacional

A junta realizou discussões "muito francas" na segunda-feira com negociadores da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que suspendeu o Burkina Faso após o golpe de 24 de janeiro. A mesma medida foi adotada pela União Africana.

Shirley Ayorkor Botchway, ministra dos Negócios Estrangeiros do Gana, disse que os militares "pareceram muito abertos às sugestões e propostas" da comunidade internacional. "Para nós, é um bom sinal", ressaltou.

Os líderes da CEDEAO vão realizar uma cimeira em Acra na quinta-feira (03.02) para avaliar se devem ser impostas sanções à junta que assumiu o poder no Burkina Faso.

E devido à situação no país, uma agência do Governo dos Estados Unidos anunciou no início desta semana que vai pausar a assistência financeira de 450 milhões de dólares que prestava ao Burkina Faso.

Esta é a minha cidade: Ouagadougou

03:06

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