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Cabinda: FLEC acusa exército angolano de matar civis

Lusa
14 de setembro de 2020

A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) condena "veementemente" um ataque contra civis, que atribuiu às forças armadas angolanas e que fez quatro mortos no fim de semana, perto da fronteira com a RDC.

Militares angolanos (Foto simbólica)Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

A incursão aconteceu no domingo (13.09) à noite na aldeia de Macama-Zila, na região fronteiriça de Tando-Zinzi, segundo um comunicado assinado pelo porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas de Cabinda (FAC), António do Rosário Luciano, ddivulgado esta segunda-feira (14.09).

"O Presidente angolano, João Lourenço, intensificou perigosamente as provocações no território de Cabinda e campos refugiados cabindenses, nos dois Congos", salienta o documento, classificando a atitude como "inaceitável" e avisando que a espiral de violência não tem parado de aumentar.

A FLEC-FAC reafirmou o seu apelo à comunidade internacional para resolver o conflito naquela província do norte de Angola, geograficamente separada do resto do país e delimitado pela República do Congo, República Democrática do Congo (RDC) e Oceano Atlântico.

"Manobras hostis"

Já na semana passada o movimento independentista tinha denunciado "manobras hostis do Governo angolano contra os refugiados cabindenses nos Congos".

"Com o falso argumento de estar a lançar uma campanha de sensibilização às populações refugiadas na RDC e no Congo-Brazzaville, representantes do Governo angolano têm penetrado nos centros de refugiados sem qualquer legitimidade e com intentos dúbios, entre os quais de um falso registo dos refugiados, sem darem explicações sobre a sua futura utilização", disse na altura o secretário-geral da FLEC-FAC, Jacinto António Télica.

Os separatistas identificam alguns episódios: a 11 de agosto uma caravana de seis carros de uma delegação chefiada pelo cônsul angolano em Matadi penetrou inesperadamente no centro de Seke Zole, tendo também circulado nos centros de Nlundu-Matende e Mfuiki.

A 9 de setembro outra delegação do consulado angolano em Ponta Negra, "com o mesmo falso argumento de sensibilização, mas com vista ao repatriamento forçado dos refugiados", chegou ao centro de Conde-Mbaka.

Delegações de Angola e da República Democrática do Congo estão hoje reunidas em Luanda para analisar questões de defesa e segurança na fronteira comum, que devem culminar na quarta-feira com a assinatura de dois acordos: o Acordo de Cooperação entre os Ministérios do Interior de Angola e da República Democrática do Congo, em matéria de Segurança e Ordem Pública e um outro acordo, em matéria de Circulação de Pessoas e Bens, ao lon

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