Chefe de Estado angolano, João Lourenço, escolheu Cabinda para presidir a primeira reunião do conselho de ministros fora de Luanda. No mesmo dia (08.11.) a FLEC assinalou 42 anos do início da luta armada no enclave.
Publicidade
A reunião do conselho de ministros angolanos desta quarta-feira (08.11.) teve lugar cerca de duas semanas depois de a direção da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) ter dirigido numa carta ao novo Presidente angolano uma proposta de diálogo "inclusivo" para acabar com o conflito naquele enclave, passando por um cessar-fogo. Mas Luanda não reagiu à proposta como disse à DW África, Jean-Claude Nzita, porta-voz do movimento independentistas.
"Até ao momento não recebemos resposta do Governo angolano e é por isso que a FLEC continua a reiterar a vontade para a realização de um diálogo entre as duas partes. Onde os antigos governantes falharam, compete agora ao novo elenco corrigir os erros do passado. João Lourenço pode mostrar ao mundo que está disposto a mudar a situação e corrigir os erros do passado".Mas o porta-voz da FLEC considerou a deslocação do Presidente João Lourenço a Cabinda como "simbólica" porque "foi precisamente a 8 de novembro de 1975 (há 42 anos) que teve início a luta armada na região...é por isso que ele está aqui e não para realizar o conselho de ministros. Assim sendo, a FLEC aproveita a ocasião para dizer à nova geração do Governo angolano que devemos aprender a dialogar e mostrar ao mundo que somos capazes de solucionar os nossos diferendos através do diálogo, de forma pacífica entre nós africanos", destacou Jean-Claude Nzita.
Cabindeses não esperam nada desta visita
Entretanto, para o advogado e ativista cabinda, Arão Tempo, Cabinda não pode esperar nada desta visita porque "nos últimos 42 anos, João Lourenço fez parte da governação do ex-Presidente José Eduardo dos Santos e foi o próprio João Lourenço que afirmou que construir um porto em Cabinda era dar independência aos cabindas. Considero isso uma ofensa ao povo de Cabinda. Aqui praticamente não há estradas e as que existem estão esburacadas, abandonadas...mas porque o conselho de ministros decidiu reunir-se aqui, começaram a reabilitar algumas das vias, tapando os buracos, etc.etc.."E o ativista pensa que esta deslocação do Presidente angolano ao enclave deveria servir para "sabendo que nunca fizeram muita coisa para Cabinda, João Lourenço deveria agora inteirar-se das difíceis condições nas quais vive este povo".
Ao invocar o lema de campanha de João Lourenço, de "melhorar o que está bem e corrigir o que está mal", Arão Tempo foi claro na sua posição. "O que é que ele vai corrigir aqui em Cabinda? Será que ele irá acabar com a militarização, as perseguições, detenções e as micro-operações contra os estrangeiros e os nacionais aqui em Cabinda?"
E o ativista e advogado Arão tempo aproveitou para fazer um apelo às novas autoridades angolanas. "Senhor Presidente, dê um espaço a este povo, liberdade de expressão, reduza os efetivos militares presentes em Cabinda, deixe as populações trabalharem à vontade e principalmente encontre os mecanismos que visam solucionar os problemas daqui. Enquanto não forem resolvidos esses e outros problemas as dificuldades vão continuar, porque o grande problema não é só a independência como se diz por aqui, mas é a identidade e o direito que assiste à esta região".
"Eles compreenderam o recado do eleitorado"
Já o ativista Raúl Tati, antigo vigário-geral da diocese de Cabinda e deputado independente apoiado pela UNITA, considerou que a realização de um Conselho de ministros em Cabinda é uma decisão que decorre dos resultados eleitorais de 23 de agosto. "Em Cabinda, o MPLA praticamente perdeu as eleições para a oposição e neste caso creio que os recados do eleitorado devem ter chegado à direção do partido e ao Governo de tal maneira que agora João Lourenço quer trazer um novo discurso que talvez possa galvanizar os cabindas no sentido de que as coisas vão mudar".Raúl Tati que não foi convidado para nenhum encontro com o Presidente apesar de ser deputado da nação, disse à DW que se tivesse a oportunidade de estar frente a frente com João Lourenço não iria desperdiçar o tempo com questões que considera periféricas. "Iria diretamente ao assunto que preocupa os cabindas, ou seja a questão de um estatuto mais avançado para Cabinda que possa ultrapassar o atual de província angolana. Sabemos que existem reivindicações políticas cada vez mais fortes sobre um estatuto de autodeterminação. Agora, as questões económicas, sociais e outras, fazem parte da nossa vida mas gostaríamos que os problemas fossem solucionados definitivamente num quadro político e jurídico diferente e não com o estatuto de província angolana. Estamos a falar de descontinuidade geográfica, da baixa dos preços das tarifas aéreas, etc., mas esses são problemas periféricos e não fundamentais".
Finalmente, o ativista e deputado Raúl Tati acredita que o Presidente João Lourenço pode fazer diferente do que já foi feito em relação à situação de Cabinda, onde a FLEC continua a reclamar um diálogo com as autoridades de Luanda. "Seria bom para João Lourenço afastar-se pouco a pouco desta conotação/ligação com o ex-Presidente José Eduardo dos Santos, dando indicações de que está disposto a abordar as coisas de maneira diferente. Esperamos e até encorajamos que haja este tipo de diálogo e que o problema seja definitivamente solucionado para o bem dos cabindas".
Cabinda....OL - MP3-Mono
Revisão do Estatuto Especial da província
O governador de Cabinda, general Eugénio Laborinho, pediu esta quarta-feira (08.11.) ao Governo angolano a revisão ao Estatuto Especial daquela província, nomeadamente através de um regime fiscal diferenciado, para captar investimento.
A posição foi transmitida pelo governador provincial de Cabinda, que assumiu as funções no final de setembro, durante a reunião da comissão económica do conselho de ministros.
Para Eugénio Laborinho, a situação atual daquele enclave leva à "necessidade" de dotar Cabinda "de alguma diferenciação do ponto de vista administrativo e financeiro, sem contudo colocar em causa os princípios da igualdade e da unidade nacional".
"A especificidade geográfica de Cabinda, designadamente o facto de não possuir ligação terrestre com o resto do território nacional, torna a província dependente das ligações aéreas e marítimas para a entrada e saída de pessoas e bens", recordou, durante o apelo feito diretamente ao chefe de Estado angolano, que presidiu a esta reunião descentralizada.
Desde logo, disse ainda o governador, este cenário, aliado à crise do petróleo, "encarece exponencialmente o preço dos produtos e dos serviços, forçando os cidadãos a recorrer ao mercado fronteiriço com as repúblicas vizinhas do Congo e Congo Democrático".
Aumentar o orçamento previsto para CabindaNo Orçamento Geral do Estado em vigor, o Governo central definiu uma verba de 14.214 milhões de kwanzas (74 milhões de euros), relativa a receitas fiscais da exploração petrolífera realizada em Cabinda, para financiar o orçamento do governo provincial e das respetivas administrações municipais, para o exercício económico de 2017.
"Rogar a vossa excelência para analisar a possibilidade de se aumentar o orçamento previsto para a província de Cabinda. Nunca Cabinda precisou tanto desse reforço financeiro como hoje", apelou ainda o governador provincial, depois de justificar a perspetiva de "atualização" do Estatuto Especial para aquela província, "à luz da Constituição".
Só no setor petrolífero, Eugénio Laborinho diz que Cabinda perdeu 8.000 postos de trabalho devido à crise da baixa da cotação do barril de crude no mercado internacional.
Presidente promete atenção especial para Cabinda
Embora sem se referir a esta pretensão, o chefe de Estado angolano prometeu uma atenção especial para o enclave.
"Dar o sinal de que Cabinda é importante para nós. Vamos encarar Cabinda como um caso muito particular. Eu, pessoalmente, vou seguir de perto todos os projetos de Cabinda, todos os projetos para Cabinda, no sentido de podermos, nos próximos anos, reverter o atual quadro que a província vive e que, lamentavelmente, não é dos melhores", afirmou João Lourenço.
A redução da tarifa área para da operadora estatal TAAG é uma das medidas a avançar: "Para aliviar o sofrimento dos cidadãos de menores posses que têm necessidade de se ligarem facilmente ao resto do país", concluiu o chefe de Estado, antes de regressar a Luanda.
José Eduardo dos Santos: Percurso do "eterno" Presidente de Angola
José Eduardo dos Santos faleceu a 08.07.2022 numa clínica em Barcelona, onde estava internado há vários dias. O ex-Presidente, que se despediu da política angolana em setembro de 2018, governou o país de 1979 a 2017.
Foto: Paulo Novais/EPA/dpa/picture alliance
Engenheiro petroquímico
Em 1961, aos 19 anos, José Eduardo dos Santos junta-se ao MPLA, o Movimento Popular de Libertação de Angola, que luta contra o colonialismo português. Em 1963, é enviado com uma bolsa de estudos para a União Soviética, onde frequenta um curso de Engenharia Petroquímica em Baku, capital do atual Azerbaijão. Dos Santos também tem aulas de comunicação militar e regressa a Angola em 1970.
Foto: picture-alliance/dpa
Antecessor Agostinho Neto
Angola torna-se independente em 1975 e mergulha diretamente numa guerra civil entre os três movimentos de independência: MPLA, UNITA e FNLA. A capital Luanda é controlada pelo MPLA. O seu líder Agostinho Neto assume a Presidência do país e instala um regime monopartidário de inspiração marxista. Dos Santos assume vários ministérios, incluindo os Negócios Estrangeiros e Planeamento Nacional.
Foto: picture-alliance/dpa
Aliança com países comunistas
Depois da morte de Neto a 10 de setembro de 1979, em Moscovo, dos Santos é eleito a 20 de setembro pelo MPLA como novo Presidente. Consolida a aliança entre Angola e os países do bloco comunista como a União Soviética e a República Democrática da Alemanha (RDA). Em 1981, dos Santos visita a RDA e é recebido pelo secretário-geral do Partido Socialista Unificado da Alemanha, Erich Honecker (à esq.).
Durante a visita à RDA em 1981, dos Santos passa pelo Muro de Berlim, na Porta de Brandemburgo, símbolo da "Guerra Fria" e da separação do mundo em dois blocos. Angola é um dos países onde o confronto entre os blocos comunistas e liberais se transforma numa "Guerra Quente". Os países comunistas querem evitar uma vitória da UNITA, apoiada pela África do Sul e pelos Estados Unidos da América.
Foto: Bundesarchiv
Soldados cubanos
Em apoio militar ao Governo do MPLA, Cuba envia soldados a Angola. Os 40 mil soldados cubanos têm um papel decisivo para travar o avanço das tropas da UNITA e da África do Sul. Na foto: Soldados cubanos em Cuito Canavale no ano de 1988, uma das maiores batalhas da guerra civil. Três anos mais tarde, é assinado um primeiro acordo de paz na localidade de Bicesse, no Estoril, em Portugal.
Foto: picture-alliance/dpa
Mais guerra apesar de acordo de paz
As primeiras eleições de Angola tiveram lugar em 1992. O MPLA obteve maioria absoluta no Parlamento, mas dos Santos não conseguiu maioria absoluta na primeira volta das presidenciais. A UNITA e o seu candidato, Jonas Savimbi, não reconheceram os resultados por alegada fraude eleitoral. A segunda volta não teve lugar, pois a guerra recomeçou. Na foto: Soldados governamentais reconquistam Dondo.
Foto: picture-alliance / dpa
MPLA ganha terreno
Os EUA reconhecem o Governo do MPLA em 1993. O Ocidente perde o interesse na guerra civil em Angola após a queda do muro de Berlim. E, com o fim do apartheid, o regime de segregação racial na África do Sul, a UNITA perde outro aliado e fica cada vez mais isolada. O MPLA abandona a retórica comunista e torna-se capitalista, e as riquezas do petróleo fazem do partido um parceiro atrativo.
Foto: Jörg Böthling/Brot für die Welt
Opção militar prevalece
Em 1994, foi assinado outro acordo de paz em Lusaka, Zâmbia. Um ano mais tarde, dos Santos oferece o posto de vice-Presidente a Jonas Savimbi. Este recusa em 1997 e falha a formação de um Governo conjunto. A seguir, a guerra intensifica-se. Dos Santos aposta na opção militar e investe fortemente nas Forças Armadas. O núcleo duro do seu regime é formado por generais e pela Guarda Presidencial.
Foto: Getty Images/AFP/A. Jocard
Aliança com Kabila no Congo
Com a sua intervenção militar na segunda guerra do Congo a partir de 1998, Angola presta um apoio decisivo a Laurent-Désiré Kabila, Presidente da RDC (Rep. Democrática do Congo). Com a nova aliança, o MPLA consegue eliminar uma retaguarda da UNITA. Dos Santos estabelece Angola como uma das principais potências militares e políticas na África Austral. Também envia soldados para o Congo-Brazzaville.
Foto: picture alliance/AP Photo/P.Wojazer
Vitória total sobre Jonas Savimbi
Um embargo internacional de armas enfraquece a UNITA, cada vez mais isolada. Pouco a pouco, o exército do Governo conquista espaço. A 22 de fevereiro de 2002, mata o líder da UNITA, Jonas Savimbi. Nesse ano, as duas partes assinam mais um acordo de paz. Termina finalmente uma das guerras civis mais sangrentas, com cerca de um milhão de mortos e quatro milhões de deslocados e refugiados.
Foto: AP
Vestígios da guerra
Anos mais tarde, ainda são visíveis os danos da guerra, como nesta foto de 2009. O desenvolvimento do país ficou atrasado, estradas e caminhos-de-ferro tiveram de ser reabilitadas, campos desminados. No enclave de Cabinda, província nortenha rica em petróleo, continua outra guerra. Mas, até hoje, o movimento separatista FLEC não consegue ameaçar seriamente o poder do MPLA em Cabinda.
Foto: gemeinfrei
Eleições adiadas e canceladas
Originalmente previstas para 1997, as segundas eleições legislativas da história de Angola só tiveram lugar em 2008. O MPLA obteve 81,6% dos votos, a UNITA 10,4%. Houve queixas de um clima de intimidação durante a campanha e de desorganização do pleito. As eleições presidenciais, prometidas para 2009, nunca se realizaram. Mesmo assim, dos Santos continua no poder.
Foto: Reuters
Esperanças goradas da Alemanha
Em 2011, a chanceler alemã Angela Merkel (à esq.) visita Angola, dois anos após a visita de dos Santos a Berlim. Há empresários alemães com muito interesse em investir em Angola. Mas poucos investimentos chegam a ver a luz do dia, nos anos seguintes. Angola continua a ser um parceiro difícil para a Alemanha. Há poucas empresas alemãs dispostas a enfrentar o ambiente de negócios angolano.
Foto: dapd
Repressão contra opositores
A partir de 2011, eclode uma onda de manifestações inspirada na Primavera Árabe. Os protestos foram brutalmente abafados pela polícia, vários ativistas detidos e condenados por alegado golpe de Estado. Em 2013, a Guarda Presidencial mata dois opositores a tiro. Membros da seita adventista "A Luz do Mundo" também são brutalmente perseguidos. A polícia é ainda acusada de execuções extra-judiciais.
Foto: DW/N. Sul d´Angola
Finalmente eleito, mas apenas indiretamente
Em 2010, o Parlamento muda a Constituição e elimina as presidenciais. A eleição passa a ser indireta: É eleito como Presidente o líder da lista mais votada nas legislativas. O MPLA vence as eleições de 2012 com 71,9% dos votos. Após 32 anos no poder, dos Santos ganha pela primeira vez legitimidade eleitoral, embora apenas de forma indireta. Observadores criticam desvantagens da oposição.
Foto: picture-alliance/dpa
Homem de família
Para além dos militares, a família é outro núcleo do poder de José Eduardo dos Santos, que teve vários casamentos. A sua esposa atual é Ana Paula dos Santos (foto), antiga modelo, que conheceu quando ela trabalhava como hospedeira no avião presidencial angolano. Casaram-se em 1991 e tiveram quatro filhos. Nas eleições de 2017, Ana Paula dos Santos será candidata a deputada nacional pelo MPLA.
Foto: Reuters
Filha é a mulher mais rica de África
Mas é Isabel dos Santos, filha do primeiro casamento com Tatiana Kukanova, uma russa campeã de xadrez que dos Santos conheceu em Baku, que tem maior protagonismo internacional. Através de uma licença de telecomunicações em Angola para a sua empresa Unitel, Isabel dos Santos construiu um império de negócios com atividades em Portugal e noutros países. É considerada a mulher mais rica de África.
Foto: picture-alliance/dpa
Filho administra fundo soberano
Em 2013, a nomeação de José Filomeno dos Santos, filho da segunda mulher de José Eduardo dos Santos, para liderar o Fundo Soberano de Angola gerou controvérsia. O fundo administra parte da riqueza petrolífera do país. O pai tem o apelido popular de "Zedú", o filho de "Zenú". A mãe de "Zenú", Filomena de Sousa, foi funcionária do Ministério dos Negócios Estrangeiros, quando dos Santos foi ministro.
Foto: Grayling
Luxo e riqueza do petróleo
Nos últimos anos, milhares de milhões de dólares entraram nos cofres de Angola, um dos maiores produtores de petróleo de África. A Avenida Marginal de Luanda é símbolo da nova riqueza. Mas muito dinheiro desapareceu das contas do Estado, acusam organizações não-governamentais como a Human Rights Watch. O Fundo Monetário Internacional também pediu mais transparência.
Foto: DW/N. Sul d'Angola
Parceria com a China
A China é o novo parceiro de eleição de José Eduardo dos Santos. O país torna-se no maior comprador do petróleo de Angola e concede vários créditos para financiar grandes projetos. Ao contrário do FMI e de outros parceiros, a China não exige transparência, nem reclama dos direitos humanos. Nascem novos bairros em Luanda como Kilamba Kiaxi (foto), financiada e construída por empresas chinesas.
Foto: cc by sa Santa Martha
Pobreza continua apesar da riqueza
Apesar das receitas milionárias do petróleo, Angola continua a ter graves problemas de pobreza. Mesmo na capital Luanda, há bairros sem saneamento como o de Kinanga (foto). Muitos serviços de saúde continuam fora do alcance dos mais pobres: Angola tem das maiores taxas de mortalidade infantil do mundo. O sistema de educação também é considerado inadequado para um país com tantos recursos naturais.
Foto: DW/N. Sul d'Angola
Homem discreto
José Eduardo dos Santos foi conhecido como um homem discreto. Entrevistas com ele são raríssimas. Não costumava dar conferências de imprensa e faz poucos discursos públicos. Nos últimos anos, esteve regularmente fora do país para longos tratamentos médicos em Barcelona, Espanha. Em África, os seus 38 anos no poder como chefe de Estado só foram superados por Teodoro Obiang da Guiné-Equatorial.
Foto: picture alliance/dpa/P.Novais
Sucessor como Presidente: João Lourenço
Depois de José Eduardo dos Santos anunciar que não seria candidato às eleições de 2017, o MPLA nomeou o ex-ministro da Defesa, João Lourenço, como candidato à sucessão. O MPLA ganhou as eleições de 23 de agosto e Lourenço é o novo Presidente de Angola. Mas dos Santos permaneceu por cerca de mais um ano na direção do partido e, deste modo, manteve uma considerável influência na política angolana.
Foto: Getty Images/AFP
Um ano mais tarde: sucessão no MPLA
Mesmo com José Eduardo dos Santos na chefia do MPLA, vários familiares seus perderam postos importantes: a filha Isabel foi exonerada como presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol e o filho Zenú deixou de chefiar o Fundo Soberano. A 8 de setembro, no congresso do partido, o seu sucessor na Presidência, João Lourenço (foto), assumiu a chefia do partido.
Foto: DW/Cristiane Vieira Teixeira
Tratamento em Espanha
Em 2019, José Eduardo dos Santos muda-se para Barcelona, em Espanha, para realizar com maior facilidade tratamentos numa das melhores unidades hospitalares europeias na valência de oncologia, que já tratava o ex-PR angolano há cerca de oito anos.
Foto: picture alliance/dpa
A morte do "eterno" líder angolano
Em 8 de julho de 2022, a Presidência angolana confirma a morte do ex-Presidente "após prolongada doença". Antes de falecer aos 79 anos, José Eduardo dos Santos passou duas semanas internado numa unidade de tratamento intensivo da clínica onde recebia tratamento médico em Espanha.