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Cabinda: Várias detenções em manifestações pró-independência

Lusa
11 de dezembro de 2019

Segundo o Movimento Independentista de Cabinda (MIC), 22 elementos foram detidos esta terça-feira durante manifestações pela independência, com as autoridades a confirmarem "detenções por ações violentas".

Angola Stadt Cabinda
Foto: DW/C. Luemba

Em declarações à agência Lusa por telefone, a partir de Cabinda, o secretário-adjunto para a Informação e Comunicação do MIC, António Tuma indicou que as detenções ocorreram logo após a concentração dos manifestantes, na zona da Parada dos Fiéis, onde as autoridades prenderam 15 elementos do MIC. 

Mais tarde, outros três membros do movimento foram também detidos na mesma zona, acrescentou a mesma fonte. António Tuma acrescentou que junto ao hospital foram também detidos quatro elementos do MIC, entre os quais o seu secretário-geral, Filipe Macaia. 

A mesma fonte explicou que na manifestação participaram vários simpatizantes do MIC e elementos da população em geral, mas que estes fugiram quando as autoridades começaram a "espancar e a capturar" os participantes no protesto. 

Contactado pela Lusa, o porta-voz do Ministério do Interior angolano confirmou a detenção de vários ativistas do MIC "por terem executado ações violentas". 

Cerca das 16:00 a manifestação já tinha terminado, tendo o MIC previstas mais ações que poderão ocorrer já na quarta e quinta-feira. "Com os elementos do MIC detidos ou não, o movimento vai novamente voltar à rua até conseguir a realização de um referendo sobre a independência de Cabinda", disse. 

Amnistia Internacional apela à libertação

Entretanto, a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) apelou à libertação "imediata e incondicional" dos detidos. 

Para o diretor regional da AI para a África Austral, Deprose Muchena, "o forte destacamento de pessoal de segurança armado com bastões e armas - e o subsequente uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos - é mais um sinal de que as autoridades não estão preparadas para tolerar a dissidência". 

"Esse uso de táticas ilegais e intimidatórias para reprimir um protesto pacífico ignora totalmente os direitos à liberdade de expressão e de reunião pacífica", lê-se no comunicado da organização. 
 

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