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MSF suspende atividades em Cabo Delgado devido a ataques

26 de setembro de 2025

A Médicos Sem Fronteiras anunciou a suspensão temporária das suas actividades de saúde em Mocímboa da Praia, Cabo Delgado, norte de Moçambique, devido à insegurança na região.

Moçambique Mocímboa da Praia | Centro de Saúde Nanduadua
Dois ataques na vila sede de Mocímboa da Praia resultaram na morte de oito pessoas neste mêsFoto: Marília Gurgel/MSF

Num comunicado distribuído à imprensa, a MSF justifica a decisão com o agravamento da violência na região nos últimos dias. "Após os ataques registados este mês em Mocímboa da Praia, a Médicos Sem Fronteiras (MSF) "tomou a difícil decisão de suspender temporariamente as suas atividades na vila e nas localidades do distrito," lê-se no documento, que cita Víctor García Leonor, chefe de operações da organização médico-humanitária.

"Estamos profundamente preocupados com a escalada da violência e com o seu impacto direto em todos os aspetos da vida das pessoas, incluindo o acesso aos cuidados de saúde", acrescenta o responsável.

Escalada da violência

Segundo Víctor García, "centenas de milhares de pessoas necessitam urgentemente de assistência médica e humanitária em Cabo Delgado, mas a insegurança continua a impedí-las de a obter. Isto resulta em mortes e sofrimento que poderiam ser evitados."

A MSF apela a todos os atores armados que "garantam ativamente a proteção dos civis, dos trabalhadores humanitários e das instalações médicas face à violência em curso".

A organização sublinha que os trabalhos poderão ser retomados assim que as condições de segurança forem restabelecidas, reafirmando o seu compromisso com a população local: "Mantemo-nos empenhados em apoiar a população de Cabo Delgado."

Cuidados de saúde limitados em áreas afetadas por conflitosFoto: Marília Gurgel/MSF

Organização pede proteção de civis

Após quase oito anos de conflito armado, cerca de 430 mil pessoas continuam deslocadas internamente em Cabo Delgado, recorda a MSF. Muitas das vítimas dos ataques foram obrigadas a fugir repetidamente e vivem em constante medo e incerteza.

"Apelamos insistentemente a todos os atores armados e partes interessadas para que protejam da violência os civis, as instalações médicas e os trabalhadores humanitários," reforça García Leonor.

A organização conclui o comunicado com um apelo claro: "O acesso seguro e desimpedido aos cuidados de saúde é vital para as comunidades afetadas pelo conflito, e deve ser garantida liberdade de movimento quando estas procuram proteção."

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