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Cabo Delgado: Conselho Islâmico distribui kits no Ramadão

29 de abril de 2021

Parte significativa dos deslocados em Cabo Delgado são muçulmanos, mas em pleno mês do Ramadão a fome dificulta o período de jejum. Conselho Islâmico está a providenciar assistência às populações locais.

Mosambik | Binnenvertriebene verliehen von Palma nach Pemba
Foto: DW

O Ramadão é o nono mês do calendário islâmico, no qual a maioria dos muçulmanos pratica o seu habitual período de jejum anual. No entanto, a situação de fome agravada pelos ataques armados em Cabo Delgado torna o cumprimento do Ramadão, um dos cinco pilares do Islão, uma tarefa ainda mais difícil. 

Em entrevista à DW África, Ossman Rahimo, do Conselho Islâmico de Moçambique, informou que a organização está a organizar uma campanha de distribuição de kits para que os deslocados muçulmanos possam cumprir o período de jejum em segurança.

DW África: Há alguma ajuda diferenciada para os deslocados que estão a jejuar?

Ossman Rahimo (OR): Por acaso não fizemos, mas há uma concertação para lançarmos uma campanha específica para o Ramadão. Vamos fazer as compras e pensámos que podíamos preparar alguns kits típicos para o Ramadão, porque estamos a preparar a saída dos camiões [para ir deixar alimentos].

Deslocados em Pemba, Cabo DelgadoFoto: Alfredo Zuniga/AFP

DW África: Como está a correr a recolha de bens?

OR: Todas as fases correram muito bem. Não temos razões de queixa.

DW África: Como é que o Conselho Islâmico de Moçambique olha para esta situação na província de Cabo Delgado?

OR: É de lamentar. Lamentamos muito. Ouvimos alguns relatos que não nos dizem respeito. São terroristas, são jihadistas... É por isso que nós intervimos para minimizar o impacto que isto está a ter lá.

DW África: O Conselho Islâmico tem feito algum trabalho junto da população e junto dos jovens para levar uma mensagem mais esclarecedora sobre o que é verdadeiramente o Islão?

OR: Nós estivemos a trabalhar agora num projeto financiado pela embaixada dos Estados Unidos. Era um projeto de um ano que teve de ser alargado por causa desta situação de insegurança em Cabo Delgado. Era precisamente esta mensagem que nós levámos para os jovens, para não aderirem a estas mensagens [dos movimentos terroristas]. Havia relatos de que estavam a ser aliciados com dinheiro e a situação de desemprego levava os jovens a aderir. Nós fizemos esse trabalho no sentido de [fomentar] a não adesão dos jovens. Fizemos este projeto e correu bem.

Quais foram os distritos abrangidos pela iniciativa?

OR: Estivemos em Mocímboa da Praia, Palma, Nangade e Montepuez. Tivemos lá ativistas a trabalhar durante este tempo todo.

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