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Funcionários do Estado pedem ajuda para sair de Palma

Lusa
26 de março de 2021

A Comissão Nacional dos Direitos Humanos de Moçambique pediu, esta sexta feira (26.03), apoio para o resgate de cerca de 600 funcionários do Estado que estão nas proximidades de Palma.

Praca 25 de Setembro, Palma in Cabo Delgado, Mosambik
Praça 25 de Setembro na vila de PalmaFoto: privat

Luís Bitone, presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), citado pelo canal televisivo STV afirmou: "Nós, como Comissão Nacional dos Direitos Humanos, estamos a fazer ligações, desde o Instituto Nacional de Gestão de Desastres, organizações não-governamentais que têm alguma capacidade de agir, para ver se conseguem, de forma humanitária, ajudar aquela gente".

Segundo Luís Bitone, trata-se de cerca de 600 funcionários de Estado que fugiram após o ataque de quarta-feira (24.03), estando atualmente "numa zona intermédia e à espera de qualquer socorro".

Luís Bitone, presidente da Comissão Nacional dos Direitos HumanosFoto: Roberto Paquete/DW

"É uma preocupação de todos nós e estamos a tentar, com base em todas as nossas capacidades, ver se podemos encontrar uma intervenção rápida para socorrer aqueles cidadãos", declarou.

Restabelecer segurança com maior rapidez

O Ministério da Defesa de Moçambique confirmou na quinta-feira, (25.03), numa declaração à imprensa, um ataque armado à vila de Palma, apontando que "as Forças de Defesa e Segurança estão a perseguir o movimento do inimigo e trabalham incansavelmente para restabelecer a segurança e a ordem com a maior rapidez".

O coronel Omar Saranga, porta-voz do Ministério da Defesa moçambicano, admitiu que as comunicações com Palma estão interrompidas, não havendo, até ao momento, informação sobre vítimas e danos causados.

Omar Saranga referiu que o ataque realizado por grupos armados começou às 16:15 horas locais em que "terroristas atacaram a vila de Palma em três direções: cruzamento de Pundanhar - Manguna, via de Nhica do Rovuma e o aeródromo".

O Ministério da Defesa confirmou um ataque armado à vila de Palma (imagem de arquivo)Foto: Roberto Paquete/DW

População deve manter-se vigilante

O Ministério da Defesa apelou para a população "se manter vigilante e serena enquanto procura espaços seguros", pedindo colaboração com as autoridades, "denunciando os terroristas e homens armados para a sua neutralização".

Várias fontes disseram no dia dos ataques, à Lusa, que a população de Palma estava a abandonar a vila e a refugiar-se na mata, cenário também confirmado pelo Ministério da Defesa.

Ainda segundo testemunhos, trabalhadores de diferentes nacionalidades ligados a obras na região de Palma, onde decorrem os projetos de gás do norte de Moçambique, fugiram juntamente com a população após o ataque de grupos armados à sede de distrito. A vila acolhe várias empresas e pessoal devido aos investimentos ali em curso.

O número de trabalhadores afetados e nacionalidades é incerto, mas algumas fontes relataram à Lusa a situação em Palma, que até aqui tinha sido poupada a três anos e meio de insurgência armada em Cabo Delgado, que está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.

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