1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Cabo Delgado: Grupo decapita duas pessoas e lança ameaça

Lusa
13 de julho de 2022

Um grupo armado desconhecido decapitou duas pessoas no distrito de Ancuabe e ameaçou a população da zona que desde junho tem sido palco de novos ataques em Cabo Delgado, Moçambique, relataram fontes locais.

Foto: DW

As vítimas do ataque desta quarta-feira (13.07) foram dois jovens que realizavam trabalhos agrícolas juntamente com uma mulher.

A sobrevivente foi coagida pelos agressores a levar as cabeças das vítimas para a aldeia (Muaja) como um aviso, descreveram as mesmas fontes da comunidade, onde se inclui um familiar de um dos homens assassinados.

O grupo que atacou os residentes estava encapuçado e ameaçou entrar na povoação de Muaja, segundo relatos reportados pela agência de notícias Lusa.

A situação fez com que a aldeia fosse "totalmente abandonada", disse uma das fontes a partir de Nanhupo, localidade para onde fugiu, no distrito de Montepuez.

A população e autoridades locais suspeitam que o grupo faça parte do movimento insurgente que desde outubro de 2017 aterroriza a região.

População em fuga no norte de Moçambique

01:59

This browser does not support the video element.

Grupos dispersos

Uma ofensiva militar com apoio de vários países africanos libertou desde há um ano as zonas em redor dos projetos de gás, no norte de Cabo Delgado, mas grupos dispersos têm atacado outros locais da província.

Desde junho, a violência tem atingido a área de Ancuabe e zonas em redor.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou na última semana para a gravidade destes novos ataques, provocando 36.000 deslocados em distritos até agora considerados seguros.

Um dos mais recentes ataques "ocorreu a 35 quilómetros de Pemba", capital da província moçambicana, com um aeroporto que a liga ao resto do mundo, base da ajuda humanitária e um dos principais refúgios para milhares de deslocados.

"O ACNUR está especialmente preocupado com a segurança e o bem-estar dos mais vulneráveis entre os deslocados, incluindo mulheres e crianças", sublinhou, acrescentando que os grupos armados atacaram perto de estradas "regularmente utilizadas por organizações humanitárias, incluindo o ACNUR, para missões a Ancuabe, Chiúre e Montepuez".