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Cabo Delgado: Governo fala sobre novos ataques na região

Lusa
22 de junho de 2022

O governador de Cabo Delgado diz que a situação na província é calma e que os ataques das últimas semanas em pontos considerados seguros são o resultado da fuga dos rebeldes face às investidas das forças governamentais.

Valige Tauabo: "A população continua a regressar para as suas zonas de origem"Foto: DW

"A situação geral da província de Cabo Delgado é calma. As instituições estão em funcionamento e registamos melhorias significativas de ponto de vista de segurança", declarou nesta terça-feira (21.06) o governador Valige Tauabo, durante a 12.ª sessão ordinária do Conselho Executivo de Cabo Delgado.

Os ataques na faixa sul da província começaram no dia 5 de junho e visavam pontos recônditos do distrito de Ancuabe, a 100 quilómetros da capital provincial (Pemba), tendo as incursões provocado pânico também em alguns distritos próximos, nomeadamente Metuge, Mecúfi e Chiure.

Segundo o governador de Cabo Delgado, as incursões em pontos que se julgavam seguros na faixa sul da província provocaram a fuga de populações em algumas partes dos quatro distritos, mas a situação está sob controlo e os ataques são resultado da "passagem dos terroristas que estão em fuga" face às incursões das forças moçambicanas, apoiadas pelo Ruanda e pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Moradores de Metuge deixam a região após ataques de rebeldesFoto: Alfredo Zuniga/AFP

"A população dos distritos afetados pelo terrorismo continua a regressar para as suas zonas de origem, considerando que já são seguras", frisou Valige Tauabo.

As incursões de rebeldes no sul da província provocaram mortes em número por determinar e uma nova vaga de cerca de 17 mil deslocados, além impacto na atividade económica da região.

Grupos rebeldes enfraquecidos

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, visitou posições militares em Ancuabe, na quinta-feira da semana passada (16.06), e também disse que os grupos rebeldes estão enfraquecidos e em debandada, fazendo ataques enquanto fogem em busca de mantimentos.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Moçambique admitiu na sexta-feira (17.06) que a insegurança está a impedir a assistência humanitária aos deslocados dos recentes ataques.

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A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

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