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Nyusi saúda disponibilidade da UE para cooperação

Lusa
20 de janeiro de 2021

O Presidente moçambicano tomou "boa nota" da oferta da União Europeia para apoiar Moçambique a enfrentar os problemas de segurança em Cabo Delgado.

Foto: privat

"O chefe de Estado moçambicano tomou boa nota da manifestação de interesse da UE em cooperar com Moçambique no combate ao terrorismo", referiu a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo.

A governante resumiu numa declaração aos jornalistas o encontro mantido esta quarta-feira (20.01) em Maputo entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e Augusto Santos Silva, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, em representação da UE.

No contexto de Cabo Delgado, Nyusi "saudou a disponibilidade da UE" em trabalhar com o Governo moçambicano "nas áreas da logística, saúde e formação militar, bem como noutras que o Governo venha a considerar importantes", acrescentou, classificando a visita de Santos Silva como "um sucesso".

"Saio satisfeito desta reunião"

A deslocação do chefe da diplomacia portuguesa surge na sequência do pedido de reforço da cooperação que Moçambique dirigiu à UE em setembro de 2020, relativo à situação de segurança em Cabo Delgado, e que ao qual Bruxelas deu resposta positiva.

Não houve detalhes sobre passos seguintes ou prazos para efetivação do apoio, mas a conversa agradou ao governante português.

"Saio satisfeito desta reunião, porque a melhor maneira de chegarmos rapidamente ao desenho em concreto do apoio europeu é começar por uma identificação tão clara e precisa de quais são as prioridades das autoridades moçambicanas", explicou, na mesma sessão de declarações à comunicação social, após o encontro com Filipe Nyusi no Palácio da Presidência.

"Foi muito importante a reunião com o Presidente moçambicano, que foi muito claro na identificação das áreas em que o incremento da cooperação na área de segurança pode beneficiar imediatamente Moçambique", sublinhou Santos Silva.

Chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos SilvaFoto: João Carlos/DW

Formação, ação humanitária, apoio ao desenvolvimento

O representante da UE leva no bloco de notas três áreas fundamentais: formação militar, apoio da ação humanitária à população e apoio à agência para o desenvolvimento do norte de Moçambique.

"Estas áreas foram muito claramente identificadas", destacou.

O suporte da UE a projetos de apoio ao desenvolvimento em Cabo Delgado ascende a cerca de 25 milhões de euros e a província está entre as prioritárias para a ação humanitária, referiu Santos Silva, mas a estas dimensões "é preciso acrescentar um incremento da cooperação na área da segurança".

Levar de volta para a Europa o máximo de contributos para concretizar esse incremento "é o objetivo prático e imediato da missão política" que lidera e também "do trabalho técnico que desde ontem [terça-feira] está a ser realizado entre equipas da UE e Moçambique".

O governante português deixou ainda um retrato claro da posição da UE no xadrez de Cabo Delgado.

"A UE tem uma relação muito antiga, próxima e consolidada com Moçambique, não substitui o trabalho das autoridades moçambicanas, não substitui o quadro regional da cooperação entre Moçambique e os países vizinhos" e "respeita escrupulosamente a arquitetura da União Africana para a paz e segurança", especificou.

Mas a UE "acrescenta uma outra dimensão de cooperação e o esforço de nós todos é indispensável para que a população do norte de Moçambique e as autoridades" possam enfrentar um desafio "que cada um de nós também enfrenta", concluiu.

África nas prioridades da presidência portuguesa da UE

04:48

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