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EducaçãoMoçambique

Cabo Delgado: Palma planeia recomeço das aulas

25 de novembro de 2021

O distrito de Palma, na província de Cabo Delgado, prepara-se para começar as aulas no próximo ano letivo. Segundo o diretor provincial, isto deve-se à melhoria da situação de segurança e retorno gradual das populações.

Mosambik Ivaldo Quincardete
Diretor Provincial da Educação em Cabo Delgado, Ivaldo Quincardete Foto: Delfim Anacleto /DW

Após o ataque de 24 de março, muitos residentes de Palma abandonaram o distrito de Cabo Delgado em busca de segurança. Infraestruturas públicas e privadas, como as habitações das populações, ficaram destruídas e os serviços públicos paralisados. Devido à melhoria da segurança na província nortenha de Cabo Delgado, o início das aulas está previsto para 2022.

Condições das infraestruturas dificultam arranque das aulas

Muitos estabelecimentos em Palma não se encontram em condições de lecionar aulas, mas o diretor Provincial da Educação em Cabo Delgado, Ivaldo Quincardete, coloca a sua confiança em soluções alternativas, "nem que tenhamos que construir as TLS, nem que tenhamos de alocar tendas para que as aulas aconteçam”, afirma.

De acordo com o representante, até algumas casas dos professores foram destruídas, ainda assim revela que "num encontro com o diretor distrital da Educação de Palma, este disse-me que os professores refugiados em Pemba querem voltar para Palma”.

Valige Tauabo, governador de Cabo Delgado, oferece batas a professoresFoto: Delfim Anacleto /DW

O diretor da Educação diz que muitos dos professores que foram obrigados a fugir à violência em Cabo Delgado já estão de regresso ao local de trabalho, ao mesmo tempo que decorre a inscrição de alunos que deverão frequentar a escola no próximo ano. "Já temos mais de 300 alunos da primeira classe matriculados na sede do distrito”, afirma Quincardete. O dirigente mostra confiança na abertura das aulas a 31 de janeiro de 2022 e afirma: "Tudo faremos para que as aulas retomem em Palma”.

Apesar de mostrar disponibilidade para arrancar com as aulas em toda a província, existem reservas da Direção Provincial da Educação em relação a alguns distritos, devido à instabilidade militar, como é o caso de Mocímboa da Praia. "Ainda esperamos uma autorização superior no caso de Mocímboa da Praia, local do qual ainda não fizemos um levantamento exaustivo dos danos, mas assim que o distrito for aberto estaremos preparados para iniciar as aulas”, afirma Ivaldo Quincardete.

Escassez de material didático afeta professores

A situação de terrorismo afetou cerca de 1.700 professores em toda a província. Mesmo estando reintegrados noutras escolas, o equipamento de trabalho que usavam no dia-a-dia ficou destruído devido à violência.

Lucio Melandri, representante da UNICEF em PembaFoto: Delfim Anacleto /DW

É uma das dificuldades apresentadas por Mussa Omar, um professor que está deslocado em Pemba. Este exercia no distrito de Quissanga, mas explica que a perda de muitos materiais didáticos lhe provocam dificuldades. "Na escola onde fui reintegrado há escassez de livros e no distrito onde lecionava acabei por deixar muitos que acabaram por ser queimados por terroristas, então torna-se um pouco complicado”, explica o professor.

O uso de batas por parte dos professores é uma das normas do Sistema Nacional de Educação moçambicano. Devido à perda de materiais, a escassez de uniformes tornou-se um problema que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) tentou suprir, ao doar um total de 2 mil batas ao Conselho Executivo Provincial.

Lucio Melandri, representante da UNICEF em Pemba, disse que "a coordenação efetiva a todos os níveis das ações de resposta é muito importante porque vai permitir que não deixemos ninguém para trás e maximizemos o uso dos poucos recursos existentes”.

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