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Cabo Delgado: SADC considera ataques "afronta à paz"

Lusa
2 de abril de 2021

Presidente da SADC, Mokgweetsi Masisi, manifestou profunda preocupação com os ataques terroristas em Cabo Delgado, que classifica como uma "afronta à paz" para a região e para toda a comunidade internacional. 

Botswana Vize-Präsident Mokgweetsi Masisi
Mokgweetsi Masisi Foto: Imago/Xinhua

"A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) condena veementemente este hediondo ato de covardia", refere um comunicado da organização, emitido na sequência do recente ataque a Palma, esperando "fervorosamente" que quem o perpetrou seja "rapidamente preso e levado à justiça". A informação foi avançada nesta sexta-feira (02.04) pela agência de notícias Lusa. 

Manifestando-se "profundamente preocupado com os contínuos ataques terroristas em Cabo Delgado", o presidente da SADC assinala que estes ataques "são uma afronta à paz e segurança", não só para Moçambique, mas também para a região e para a comunidade internacional com um todo.

Numa mensagem em que expressa "total solidariedade" para com o Governo e o povo de Moçambique, assim como para com as forças armadas que no terreno tentam restaurar a paz, o presidente da SADC sublinha o compromisso da organização em contribuir para os esforços "obtenção de uma paz e segurança duradouras", bem como "da reconciliação e do desenvolvimento em Moçambique".

Grave crise humanitária

A violência terrorista contra crianças em Cabo Delgado

02:28

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Masisi lamenta ainda as dezenas de mortos, centenas de feridos e milhares de deslocados provocados por "estes ataques indiscriminados contra a população civil", que aumentaram a insegurança naquela região levando a uma grave crise humanitária.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é desde há cerca de três anos alvo de ataques terroristas, o mais recente dos quais aconteceu no passado dia 24.03, em Palma, e resultou na morte de dezenas de civis, segundo o Ministério da Defesa moçambicano.

A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados, segundo agências da ONU, e mais de duas mil mortes, segundo uma contabilidade feita pela agência de niotícias Lusa.

O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na segunda-feira (29.03) o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia.

Apoio militar

Militares em Cabo Delgado após ataques a Palma.Foto: Roberto Paquete/DW

Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.

O Aliança Democrática, principal partido da oposição na África do Sul, instou todos os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês) a conter os ataques terroristas em Cabo Delgado, norte de Moçambique.

 A África do Sul enviou um avião militar a Pemba para assistir cerca de 50 cidadãos sul-africanos afetados pelos recentes atentados terroristas na vila de Palma, norte do país vizinho, que resultou na morte de pelo menos um empreiteiro sul-africano, segundo as autoridades de Pretória.

O Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês) referiu, em comunicado, que os ataques terroristas em Moçambique "tem o potencial de desestabilizar toda a região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral".