Especialistas e empresários alemães foram a Cabo Verde explorar o mercado de energias renováveis. Apresentaram soluções para gestão de redes e diversificação de armazenamento das energias renováveis durante um encontro.
Publicidade
Os empresários alemães realizaram em Cabo Verde uma série de contatos com as autoridades locais dos setores público e privado durante o terceiro Simpósio Germano-cabo-verdiano de Energia que termina nesta sexta-feira (12.05.) na Cidade da Praia. Ainda não se sabe se haverá algum investimento alemão em Cabo Verde resultante desses encontros, mas há boas perspetivas nos domínios energético e ambiental.
É que, como se sabe, a Alemanha é um dos líderes mundiais nestes setores, Cabo Verde tem muito por fazer nestas áreas, e se a parceria for avante o arquipélago só tem a ganhar.
Cabo Verde tem uma taxa de penetração na rede de energia renovável a rondar os 20 por cento. O anterior Governo tinha fixado a meta de atingir 100 por cento em 2020, mas depois de alguns contratempos esse objetivo foi alterado para 2030.
Uma das contribuições dos empresários alemães poderá ser, segundo Paulo Azevedo, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, na diminuição das perdas técnicas e económicas.
Azevedo fala do atual cenário: "Tendo em conta o ponto de situação a nível de penetração de energias renováveis, as capacidades já instaladas em Cabo Verde, um dos objetivos é aumentar a eficácia e a eficiência das infraestruturas que já existem. Nós temos ilhas em que a capacidade instalada é acima do aproveitamento da energia gerada. A ilha do Sal é claramente um exemplo”.
Interesse pela tecnologia de ponta da Alemanha
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemãentende que a Alemanha poderá trazer tecnologias de ponta no que toca a técnicas de armazenamento de energias renováveis. Para Azevedo, "através de técnicas de armazenamento tentar aproveitar mais aquilo que é produzido atualmente, dar um impulso nas energias renováveis em Cabo Verde.”
Luís Teixeira, presidente do Conselho de Administração do Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI), pretende contar com o apoio da Alemanha para a qualificação dos seus técnicos: "Quando falo da formação estou a pensar que todo o trabalho técnico seja garantido por cabo-verdianos e aqui a questão do domínio da tecnologia e da manutenção, porque é preciso que essa tecnologia tenha um tempo de vida igual ao que foi proposto aquando do projeto e para isto precisamos de jovens bem formados e aqui a questão da capacitação dos técnicos é fundamental”.
Até aqui, a maior parte da energia elétrica produzida em Cabo Verde é gerada a partir de combustíveis fósseis, os preços são elevados sobretudo para um país com parcos recursos.
12.05.17 Alemanha Cabo Verde Energia - MP3-Mono
As maiores barragens de África
Nilo, Congo, Zambeze: os rios africanos guardam grande potencial para a produção de energia. Os governos reconhecem isso e apostam cada vez mais em megaprojetos. Um panorama das maiores centrais hidroelétricas de África.
Foto: William Lloyd-George/AFP/Getty Images
Grande Represa do Renascimento, na Etiópia
No sudoeste da Etiópia, está a ser erguida aquela que será a maior barragem de África. A construção da Grande Represa do Renascimento começou em 2011 e deve ser concluída em 2017. A barragem localiza-se perto da fronteira com o Sudão, no Nilo, e terá uma potência de 6.000 megawatts (MW). O reservatório será um dos maiores do continente, com capacidade para armazenar 63 quilômetros cúbicos de água.
Foto: William Lloyd-George/AFP/Getty Images
Represa Alta de Assuão, no Egito
A Represa Alta de Assuão é atualmente a barragem mais potente de África. Está localizada perto da cidade de Assuão, no sul do Egito. O lago atrás da barragem pode armazenar até 169 quilómetros cúbicos de água. Seu maior afluente é o Rio Nilo. As turbinas têm uma capacidade de 2.100 megawatts. A construção durou onze anos e a inauguração foi em 1971.
Uma das maiores barragens do mundo está localizada na província de Tete. A hidroelétrica Cahora Bassa, no rio Zambeze, tem uma potência de 2.075 megawatts, pouco menos que a Represa Alta de Assuã, no Egito. A maior parte da energia gerada é exportada para a África do Sul. No entanto, sabotagens durante a guerra civil impediram a produção de eletricidade por mais de dez anos, a partir de 1981.
Foto: DW/M. Barroso
Represa Gibe III, na Etiópia
A barragem Gilgel Gibe III fica 350 quilômetros a sudoeste da capital etíope, Addis Abeba. Foi concluída em 2016 e pode gerar um máximo de 1.870 megawatts, tornando-se a terceira maior barragem em África. A construção durou quase nove anos e foi financiada a 60% pelo Banco de Exportação e Importação da China, China Exim Bank.
Foto: Getty Images/AFP
Kariba, entre a Zâmbia e o Zimbabué
A barragem de Kariba fica na garganta do rio Zambeze, entre a Zâmbia e o Zimbabué. Tem 128 metros de altura e 579 metros de comprimento. Cada país tem sua própria central eléctrica. A estação norte, da Zâmbia, tem capacidade total de 960 megawatts. A estação sul, do Zimbabué, tem capacidade total de 666 megawatts. As obras de expansão em 300 megawatts começaram em 2014 e devem terminar em 2019.
Foto: dpa
Inga I e Inga II na RDC
As barragens Inga consistem de duas represas. Inga I tem capacidade para produzir 351 megawatts e Inga II, 1424 megawatts. Foram encomendadas em 1972 e 1982, como parte do plano de desenvolvimento industrial do ditador Mobutu Sese Seko. Mas, atualmente, atingem apenas 50% de seu potencial energético.
Foto: picture-alliance/dpa
Inga III
Inga I e Inga II localizam-se perto da foz do rio Congo e ligadas às cataratas Inga. O governo congolês já planeia o lançamento de Inga III, com custo de 13 mil milhões de euros e capacidade de 4.800 megawatts. Juntas, as três barragens seriam a central hidroelétrica mais potente de África.
Merowe no Sudão
O Sudão também depende fortemente de energia eólica com duas grandes barragens no país: Merowe no Rio Nilo (na foto) tem uma capacidade de 1.250 MW e foi construída por uma empresa chinesa. Ainda maior é a barragem de Roseires no Nilo Azul, que desde a sua construção em 1966 foi várias vezes ampliada e conta atualmente com turbinas que têm uma potência total de 1.800 MW.
Foto: picture-alliance/dpa
Akosombo, no Gana
A oitava maior barragem de África é Akosombo, no Gana. Construída na garganta do Rio Volta, a represa teve como resultado o Lago Volta - o lago artificial do mundo, com área de 8.502 quilómetros quadrados. As seis turbinas têm uma capacidade combinada de 912 megawatts. Além de gerar eletricidade, a barragem também protege contra inundações.
Foto: picture-alliance / dpa
Represa Tekezé, na Etiópia
Outra represa grande de África está localizada na Etiópia. A barragem Tekeze encontra-se entre as regiões de Amhara e Tigré. Apesar de seus impressionantes 188 metros de altura, a capacidade máxima da hidrelétrica é de 300 megawatts e, assim, apenas um vigésimo da potência da Grande Represa do Renascimento. A represa entrou em funcionamento em 2009.