Cabo Verde: Ministro e presidente da Assembleia com Covid-19
Lusa
25 de abril de 2021
Fernando Freire e Jorge Santos testaram positivo para a Covid-19 numa semana em que o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva anunciou o reforço das medidas de combate à pandemia, após vários dias com aumento de casos.
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O ministro de Estado de Cabo Verde, Fernando Elísio Freire, testou positivo para o novo coronavírus, juntando-se ao presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, como políticos infetados no país, anunciou o Governo cabo-verdiano, este domingo (25.04).
"O ministro Fernando Elísio Freire teve teste positivo para o novo coronavírus. O governante encontra-se em confinamento domiciliário e não apresenta quaisquer sintomas", diz a nota de imprensa.
Fernando Elísio Freire, que é também ministro dos Assuntos Parlamentares e da Presidência do Conselho de Ministros, ministro do Desporto e ministro da Família e Inclusão Social, esteve envolvido na campanha para as eleições legislativas de 18 de abril último, tendo sido eleito o terceiro nome das listas do Movimento para a Democracia (MpD) para o círculo eleitoral de Santiago Sul.
O deputado é também um dos vice-presidentes do MpD, que renovou a maioria absoluta nessas eleições para eleger os novos 72 mandatos do parlamento cabo-verdiano.
No sábado, a assessoria de imprensa informou que o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, também testou positivo para a Covid-19, após realizar um teste na ilha de São Vicente para viajar para a cidade da Praia.
Jorge Santos esteve também envolvido na campanha eleitoral no seu círculo eleitoral de Santo Antão, onde era o cabeça de lista e foi eleito pelo MpD para mais um mandado de cinco anos, tornando-se no segundo político e autoridade do país anunciado com a doença. Segundo a mesma fonte, citado pela imprensa cabo-verdiana, o chefe da casa parlamentar cabo-verdiana ficou em isolamento na ilha de São Vicente.
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PM descarta estado de emergência
Esta semana o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou o reforço das medidas para combater o alastramento da Covid-19, depois de vários dias com aumento de casos em várias ilhas.
O chefe do Governo descartou o estado de emergência, explicando que esse período pressupõe um conjunto de consequências económicas e sociais, com o encerramento de serviços, de empresas, que dificultam ainda mais a vida das pessoas.
O primeiro-ministro disse ser importante passar uma mensagem de proteção, com uso de máscaras, distanciamento, higienização, as únicas formas de dar "um combate muito forte" à pandemia. "Temos tido casos a aumentar, particularmente na cidade da Praia, em São Vicente, no Sal e na Boa Vista, e temos de continuar a fazer um bom combate", prosseguiu Correia e Silva, indicando que a partir deste fim de semana vai haver um reforço da fiscalização.
"Não vão ser permitidas festas particulares, nem em lugares públicos, nem festas organizadas por entidades públicas, porque está identificado que é nestas festas que tem estado a acontecer casos de contágio. As pessoas têm que compreender que todos nós temos que dar um contributo positivo para protegermos a nós mesmos e proteger os outros", apelou.
No caso das praias de mar, o primeiro-ministro garantiu que não vão ser fechadas, mas afirmou que também vão ser objeto de maior fiscalização, para evitar ajuntamentos, particularmente nas praias pequenas.
"Vamos continuar também a fiscalizar o uso de máscaras em locais de atendimento público, tudo que sejam restaurantes, bares, lojas, supermercados. O serviço de atendimento tem que garantir o uso de máscaras e fazer uma forte ação também a nível de comunicação e informação", continuou.
Até sexta-feira, o primeiro-ministro disse que o país já tinha vacinado mais de 14 mil pessoas, com as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, reforçando a meta até ao final deste ano vacinar pelo menos 70% da população em idade em ser vacinada. Cabo Verde diagnosticou no sábado mais 310 novos infetados pelo novo coronavírus, elevando para 22.094 os casos positivos acumulados no país, dos quais 201 resultaram em óbito e há 19.109 casos recuperados.
Cabo Verde: Campanha eleitoral em tempos de pandemia
Os partidos políticos em Cabo Verde encontram-se no terreno a fazer campanha para as legislativas de 18 de abril, numa altura em que a situação epidemiológica está a piorar. Conheça os candidatos e as suas propostas.
Foto: Angelo Semedo/DW
Arranque da campanha para as legislativas
Cabo Verde vive mais um período de campanha eleitoral, em menos de um ano. O país vai a votos a 18 de abril para eleger o próximo Governo e novos deputados à Assembleia Nacional. A "caça ao voto" para as sétimas eleições legislativas no arquipélago arrancou no dia 1 de abril.
Foto: Angelo Semedo/DW
Seis partidos na estrada
Disputam o próximo embate eleitoral seis partidos políticos. Uns têm como meta eleger deputados, outros pretendem chegar ao Palácio da Várzea. MPD, PAICV e UCID são os únicos que concorrem em todos os círculos eleitorais. PP e PTS concorrem em seis círculos e o PSD em quatro.
Foto: Angelo Semedo/DW
72 lugares na Assembleia Nacional em disputa
597 candidatos, dos seis partidos políticos, disputam os 72 lugares a deputados na Assembleia Nacional, em 13 círculos eleitorais - dez no país e três na diáspora. Dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE) indicam que 51,42% dos candidatos são homens e 48,58% são mulheres. Há 393.166 eleitores no país e na diáspora.
Foto: Angelo Semedo/DW
Em busca de um segundo mandato
Ulisses Correia e Silva quer continuar a governar o país. O candidato do Movimento para a Democracia (MpD) quer diversificar a economia e atingir o crescimento económico de 5% ao ano. Promete segurança "total", justiça célere, cuidados de saúde para todos e a privatização da Cabo Verde Airlines. Promete ainda um país empreendedor e com mais oportunidades de emprego para os jovens.
Foto: Anildio Costa
Única mulher na corrida ao cargo de PM
Janira Hopffer Almada, candidata e líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), tem como lema de campanha "Um Cabo Verde para Todos". Quer dar aos cabo-verdianos um país "mais inclusivo", justo e com oportunidades partilhadas por todos. Propõe ainda mais segurança e justiça, além de transparência na gestão dos recursos públicos.
Foto: Cristiano Barbosa
"Um rumo diferente" para o país
No Parlamento ou no Governo, o candidato da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), António Monteiro, quer dar um novo rumo ao país. A regionalização, a justiça, a economia, os transportes, a saúde e a educação serão as prioridades do partido para a próxima legislatura. O partido quer mais equilíbrio na Assembleia.
Foto: Angelo Semedo/DW
Eleger o primeiro deputado
É a segunda vez que o Partido Popular (PP) concorre às eleições legislativas. No dia 18 de abril, o PP quer eleger um deputado para continuar a lutar por "mais justiça social e melhoria da qualidade da democracia", diz o candidato Amândio Vicente. O partido propõe combater a corrupção e garantir acesso à habitação a todos os cabo-verdianos.
Foto: Angelo Semedo/DW
Maior representatividade do povo
Cláudio Sousa, cabeça de lista e líder interino do Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS), quer ter cinco deputados no Parlamento para que haja maior representatividade do povo na casa parlamentar. O PTS defende políticas de habitação condigna para os jovens e educação de qualidade.
Foto: Angelo Semedo/DW
"Renovação política" em Cabo Verde
O candidato e presidente do Partido Social Democrático (PSD) em Santiago Sul, João Além, pede voto de confiança em nome da "renovação política" em Cabo Verde. Uma reforma administrativa a nível nacional e mais investimento nos pequenos empreendedores são algumas das suas propostas.
Foto: Angelo Semedo/DW
E desta vez quem ficará para trás?
Em 2016, Janira Hopffer Almada, do PAICV, perdeu a corrida às eleições legislativas para Ulisses Correia e Silva, do MpD, que venceu com maioria absoluta. O MpD elegeu 40 deputados contra 29 do PAICV e três da UCID. Neste novo embate eleitoral, os dois candidatos pedem a maioria absoluta.
Foto: Angelo Semedo/DW
Uma campanha atípica
A campanha para as legislativas de 18 de abril acontece numa altura em que o número de casos de infeção por Covid-19 está a aumentar em Cabo Verde. Muitos cidadãos temem que a campanha possa piorar a situação.