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Cabo Verde na corrida para conectar continentes

Lusa | cvt
8 de dezembro de 2019

Cabo Verde Airlines iniciou, este domingo (08.12), voos diretos da ilha do Sal para Washington. Expansão dos trechos internacionais pretende transformar o país em ponto de ligação entre África, Américas e Europa.

Flugzeug startet bei Sonnenuntergang
Imagem ilustrativaFoto: picture-alliance/imageBROKER/S. Belcher

Os voos diretos da Cabo Verde Airlines (CVA) partindo da ilha do Sal para a capital norte-americana, Washington, e inaugurados este domingo (08.12) terão três ligações semanais.

Além das novas ligações para os Estados Unidos, que incluem dois voos semanais para Boston, a CVA - que resultou da privatização da Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) - inicia na segunda-feira (09.12) os voos regulares para Lagos, na Nigéria, e na quarta-feira (11.12) as ligações para Porto Alegre, no Brasil.

O ministro do Turismo e Transportes de Cabo Verde, José Gonçalves, afirmou que a inauguração dos voos da Cabo Verde Airlines (CVA) para Washington, este domingo (08.12) marca o arranque "de forma estruturante" do "hub” aéreo na ilha do Sal.

Vista aérea de Washngton DC, nos Estados UnidosFoto: picture-alliance/ZUMAPRESS/Aoc

"Vamos para além daquilo que tem sido o nosso mercado tradicional, que era Boston e Providence, a Costa Leste, agora vamos para Washington. E este voo marca a partida para o hub aéreo", salientou o ministro, que falava no aeroporto internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, no batismo dos voos da Cabo Verde Airlines para Washington, nos Estados Unidos.

O governante frisou ainda que o país está a iniciar "uma nova etapa", após mais de 30 anos com voos regulares da então companhia aérea pública Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) para os EUA, mais concretamente para Boston. 

"Inicia-se uma nova era na relação de Cabo Verde com os Estados Unidos", completou José Gonçalves.

"Cabo Verde está muito bem posicionado. Temos as condições estabelecidas em termos de infraestruturas no país, com quatro aeroportos certificados, dois dos quais o último ponto de partida para os Estados Unidos, um quadro regulador sólido e bem reconhecido internacionalmente, e a nossa companhia que goza de certificação para viajar diretamente para os Estados Unidos", enfatizou o titular da pasta do Turismo e Transportes de Cabo Verde.

Aeronave da antiga TACV

O ministro e o embaixador dos Estados Unidos em Cabo Verde, John Jefferson Daigle, foram dois dos 35 passageiros do voo inaugural da Cabo Verde Airlines para Washington, que contou igualmente com outras entidades governamentais e empresários cabo-verdianos.

Conectar continentes

Para o presidente executivo da CVA, Jens Bjarnason, o voo do Sal para Washington, que será realizado três vezes por semana, enquadra-se na estratégia de fazer de Cabo Verde um "hub”, ligando América do Sul, Europa, África e América do Norte.

"Hoje é um ponto de partida para dar às pessoas a oportunidade de viajar de forma mais conveniente e mais depressa entre África Ocidental e os Estados Unidos", frisou Bjarnason, para quem esta é uma oportunidade de viagem para os cabo-verdianos, mas também para os africanos e norte-americanos explorarem Cabo Verde. 

"Este é um desafio, pelo que precisamos de todos para trabalhar juntos - as autoridades, o aeroporto, a aviação - para que todos possam fazer parte de uma equipa que vai fazer isto acontecer", prosseguiu o presidente da CVA. 

Mais destinos

Jens Bjarnason avançou que, depois de um adiamento, a CVA ainda continua com planos para viajar para a capital angolana, Luanda, bem como outros destinos na África Ocidental.

Apesar de destacar a "grande conexão" com Lisboa, o presidente disse ainda que a CVA também está a analisar a possibilidade de operar a partir de outras cidades de Portugal, incluindo o Porto.

Mais tarde, acrescentou que a companhia aérea pretende viajar para Toronto, no Canadá.

Aeroporto Cesária Évora, na ilha de São VicenteFoto: DW/C. Vieira Teixeira

Privatização da TACV

Em março, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.

Os restantes 49% do capital social da antiga TACV estão a ser vendidos aos trabalhadores e aos emigrantes cabo-verdianos (10%) e aos investidores institucionais (39%), num processo de privatização que o Governo prevê concluir até final do ano.

A TACV assegurava voos domésticos, que foram abandonados no âmbito do processo de privatização, passando as ligações aéreas entre ilhas a serem asseguradas apenas pela companhia Binter, que mudou de nome para Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV).

A companhia aérea, agora com o nome de Cabo Verde Airlines, retomou os voos domésticos, entre ilhas, através de uma parceria com as portuguesas Lease-Fly e Newtour, garantindo assim a conectividade ao 'hub' na ilha do Sal, de onde opera grande parte dos voos internacionais.

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