A convite dos Presidentes da Suíça e da Ucrânia, o primeiro-ministro de Cabo Verde participou na Cimeira da Paz que aconteceu nos arredores de Lucerna neste fim de semana. Ulisses Correia e Silva é um dos poucos chefes de Governo africanos que aceitaram o convite e que mostrou uma clara posição sobre o rumo que este conflito deve tomar.

"Nós viemos a convite da Presidente da Suíça e do Presidente da Ucrânia. Há essa expectativa de se começar a desenhar mecanismos que possam levar a um compromisso pela paz e isso significa colocar juntos os dois beligerantes. Eu creio que, em algum momento, isto irá acontecer seguramente", frisou.

Já o Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, que falou à DW a partir de Itália, onde se encontrou com o Papa Francisco, afirmou que a paz é um acordo entre duas partes e criticou o facto de Moscovo não ter participado na cimeira. Neves defende que mais do que apoiar a Ucrânia é necessário estabelecer o diálogo pela paz.

"Uma cimeira para a paz terá que contar com todas as partes", frisou.

"Precisamos desesperadamente de encontrar uma rota para a paz envolvendo os principais atores neste conflito e então só valerá a pena estabelecermos um quadro que permita a participação da Rússia, da Ucrânia e de outros atores políticos relevantes para a busca da paz, a busca de uma solução negociada para este conflito que já está a trazer um grande desgaste à humanidade", acrescentou.

À margem da cimeira, Ulisses Correia e Silva encontrou-se com o seu homólogo canadiano, Justin Trudeau, com quem discutiu assuntos de cooperação bilateral entre os dois estados.