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Cabo Verde tem novo movimento contra corrupção

8 de março de 2013

Em Cabo Verde, acaba de nascer um movimento anti-corrupção.Trata-se da Ação Transparência e Integridade que pretende chamar atenção para atos e omissões de titulares de cargos públicos.

Cidade da Praia, Cabo Verde
Cidade da Praia, Cabo VerdeFoto: picture allince/augenklick

"O que nós queremos são só notícias de responsabilização por atos e omissões de titulares de cargos públicos", explica Nuno Ferro Marques, porta-voz do movimento "Ação Transparência e Integridade".

O grupo selecionou 80 casos que considera lesivos para a Nação cabo-verdiana e quer que os seus autores sejam responsabilizados.

Desse conjunto Nuno Ferro Marques identificou alguns: "Temos Procuradores e membros do Governo da área da justiça. Devo dizer que metade desses vinte grupos de oitenta casos estão ligados, por incrivel que pareça, ao primeiro-ministro."

O porta-voz do movimento "Ação Transparência e Integridade" cita também alguns casos que considera lesivos a o Estado cabo-verdiano: "Tão importante como os concursos, é sua ausência. No ministério Público, começando pelos magistrados, e por falar em ausências, as promoções, por exemplo do Procurador da República e a ausência de promoção de mais procuradores."

E a lista de nomes e casos que Nuno Ferro Marques considera críticos é longa: "Temos o famigerado caso dos cofres gerais da justiça que envolve o atual Procurador-geral da República e a atual ministra da justiça, a ministra da admnistração interna, mas também o anterior ministro da justiça e atual líder parlamentar do PAICV. As bolsas milionárias que envolvem o gabinete do primeiro ministro e certos deputados da nação."

Eleições também estão prejudicadas

Laços familiares na administração do país envolvendo membros do Governo e compra de consciências nos períodos eleitorais são outros casos citados por Nuno Ferro Marques: "A compra de consciência está presente em todas eleições no país."

Foram estas situações que levaram o grupo a entregar uma petição no Parlamento com mais de 500 assinaturas. O movimento quer que o assunto entre para a agenda do Parlamento.

Se isso não acontecer, o movimento "Ação, Transparência e Integridade" promete avançar com ações populares nos tribunais: "Pode vir a entrar em breve uma ação popular com 5 mil assinaturas, mas também podem entrar 10 ações populares em várias pontos do país, com 50 ou 500 assinaturas."

Simultaneamente o grupo tem desenvolvido as suas ações no blogue transparenciacv.blogspot.com.

Primeiro ministro de Cabo Verde, José Maria NevesFoto: Nelio dos Santos

A sua internacionalização é o objetivo seguinte do movimento que almeja também entrar na organização Transparência Internacional.

Autor: Nélio dos Santos (Cidade da Praia)
Edição: Nádia Issufo / Renate Krieger


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