1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Cabo Verde: Protesto por melhores condições laborais

Lusa | cvt
11 de janeiro de 2020

Dezenas de trabalhadores marcharam, este sábado (11.01) na cidade da Praia, exigindo "aumentos salariais" e "liberdade sindical", no primeiro de dois protestos que também marcam divisão na maior central sindical do país.

Kap Verde Demonstration gegen die Vorherrschaft der Hauptinsel
Protesto em São Vicente em 2017 (arquivo)Foto: DW/Z. Semedo

A primeira destas manifestações decorreu esta manhã, ao som dos batuques e com paragem em frente ao Palácio do Governo, tendo sido organizada pela direção da União Nacional dos Trabalhadores Cabo-verdianos - Central Sindical (UNTC-CS), a maior do país.

A reposição do poder de compra, a denúncia de despedimentos sem justa causa, promoções baseadas em favores políticos e nepotismo, assédios nos locais de trabalho ou incumprimentos dos acordos rubricados na concertação social foram alguns dos motivos levantados no protesto.

"Ainda assim, valeu a pena. Os trabalhadores não querem dar a cara com medo, medo de represálias", comentou aos jornalistas a secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida, a propósito da reduzida mobilização para a manifestação.

Cabo Verde: Uma carpinteira de sucesso

01:41

This browser does not support the video element.

Mais protestos

Para segunda-feira, 13 de janeiro, feriado nacional, dia da Liberdade e da Democracia, está convocado novo protesto, desta vez envolvendo 12 dos 13 sindicados filiados na UNTC-CS, que vão também sair às ruas em todo o país, não só para chamarem atenção para a situação sócio-laboral, mas também em discórdia com a maior central sindical.

"Não fui ainda convidada, aguardo até ao último momento o convite para estar presente", disse ainda Joaquina Almeida, que explicou anteriormente que só na semana passada deu a indicação do dia da realização da manifestação, mas que já tinha convidado todos os sindicatos da ilha de Santiago para se reunirem e decidirem a ação reivindicativa em conjunto. 

Para a secretária-geral, todas as manifestações dos trabalhadores têm razão de existir e serão sempre apoiadas pela central sindical.

Divisão sindical

Antes da marcha de hoje, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Financeiras (STIF) de Cabo Verde, Aníbal Borges, disse que a manifestação da UNTC-CS, onde é filiado, é uma "fuga em frente" e um "sinal de desespero" por parte da direção da maior central sindical do país.

O sindicalista, que anunciou a manifestação de 13 de janeiro ainda no mês de dezembro, salientou que a direção da UNTC-CS "sentiu-se ultrapassada e desautorizada" pela esmagadora maioria dos sindicatos nela filiados e que convocaram aquele protesto. 

Ulisses Correia e SilvaFoto: J. M. Borges

Governo nega "razões" para protestos

O Orçamento do Estado de Cabo Verde para 2020 não contempla aumentos salariais na Função Pública, mas o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, considerou anteriormente que não há razões para as manifestações. Apontou que o seu Governo tem criado mais empregos, mais rendimento e tem melhorado as condições de vida das famílias.

O chefe do Governo sublinhou o direito dos sindicatos, mas disse que não é suportando a reivindicação na atualização salarial que os sindicatos conseguem convencer os cabo-verdianos da bondade da manifestação. 

A UNTC-CS, com mais de 40 anos, é a maior central sindical cabo-verdiana conta com mais de 35 mil membros inscritos.

Saltar a secção Mais sobre este tema