Cabo Verde diagnosticou mais 85 infetados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, e registou mais dois mortos, elevando o total acumulado para 5.063 casos da doença desde 19 de março, divulgou o Ministério da Saúde.
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Em comunicado divulgado esta quinta-feira (17.09), o Ministério da Saúde de Cabo Verde referiu que os laboratórios de virologia do arquipélago processaram 543 amostras desde quarta-feira e 66 deram resultado positivo para o novo coronavírus no concelho da Praia, capital do país.
Ainda na ilha de Santiago, foram registados casos positivos de Covid-19 nos concelhos de Santa Catarina (06), São Domingos (02), Santa Cruz (02), São Miguel (01) e Ribeira Grande (01). Foram igualmente diagnosticados três novos casos da doença na ilha de São Vicente nas últimas 24 horas.
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Na ilha do Fogo, o terceiro foco ativo de transmissão de Covid-19 no arquipélago, depois das ilhas de Santiago e do Sal, foram confirmados mais quatro casos, todos no concelho de Mosteiros.
Cabo Verde passa, assim, a contar com um acumulado de 5.063 casos da doença desde 19 de março, quando foi diagnosticado o primeiro doente com covid-19 no arquipélago, distribuídos por oito das nove ilhas habitadas e 19 dos 22 municípios do país, segundo os dados do Ministério da Saúde.
O arquipélago conta com 547 casos ativos da doença e 4.465 recuperados, enquanto dois infetados, estrangeiros, foram transferidos para os países de origem.
Angola notifica 114 novos casos
Já Angola registou nas últimas 24 horas mais 114 casos de covid-19 e uma morte, segundo o balanço epidemiológico hoje apresentado pelo Secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.
Dos novos casos, cinco foram reportados em Cabinda, dois na Huíla, um no Cuanza Sul, 19 no Huambo e outros 87 em Luanda. Um angolano de 78 anos do Huambo morreu devido à doença e quatro pessoas foram dadas como recuperadas desde quarta-feira.
Em Moçambique, o número de casos já ultrapassa os 6.000. Mas foram registadas menos infeções do que no dia anterior. Nas últimas 24 horas, houve 167 infeções.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Angola lidera em número de mortos e Moçambique em número de casos. Angola regista 144 mortos e 3.789 casos, seguindo-se a Guiné Equatorial (83 mortos e 5.000 casos), Cabo Verde (49 mortos e 5.063 casos), Moçambique (39 mortos e 6.161 casos), Guiné-Bissau (39 mortos e 2.303 casos) e São Tomé e Príncipe (15 mortos e 906 casos).
A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 941.473 mortos e mais de 29,9 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios.
O que mudou em Cabo Verde com a Covid-19
Cabo Verde registou quatro casos de infeção por Covid-19 e uma morte. Todos os casos são importados. Centenas de pessoas estão em isolamento e os voos foram condicionados. O dia a dia também está a ser afetado.
Foto: DW/A. Semedo
Movimentação reduzida nas ruas
A chegada do novo coronavírus a Cabo Verde mudou a rotina dos cabo-verdianos, sobretudo nos centros urbanos, onde se tem notado a diminuição de movimentação e aglomeração de pessoas. Muitos preferem ficar em casa para diminuir o contacto social. Eventos com muitas pessoas foram suspensos em todo o país. Discotecas foram encerradas, bares e restaurantes passaram a fechar mais cedo.
Foto: DW/A. Semedo
Férias escolares antecipadas
Cabo Verde antecipou as férias escolares do ensino pré-escolar, básico e secundário para o dia 23 de março, como medida de contenção à Covid-19. As universidades também suspenderam todas as aulas e outras atividades formativas. Foram ainda estabelecidas medidas "excecionais e temporárias" para o funcionamento de creches, com a possibilidade do teletrabalho para os pais.
Foto: DW/A. Semedo
Informar com urgência a população
Campanhas de sensibilização e de esclarecimento à população sobre a Covid-19 estão a ser realizadas pelas autoridades em Cabo Verde. Carros passam informações à população sobre o que é a Covid-19, as formas de transmissão e como prevenir a doença. Estas viaturas circulam nos centros das cidades e bairros para reforçar a comunicação.
Foto: DW/A. Semedo
Transportes urbanos com lotação a 50%
Os transportes urbanos e interurbanos, como taxis e "hiaces", já estão a sentir os efeitos da Covid-19. A lotação passou para metade, com impacto direto no rendimento dos condutores. A medida visa aumentar o distanciamento entre os passageiros e evitar o contágio. "Hiacistas" e taxistas pedem apoio ao Governo para colmatarem as perdas, como a suspensão de impostos ou a facilitação de créditos.
Foto: DW/A. Semedo
Praias interditadas em todo país
As autoridades interditaram o acesso às praias do país para evitar a aglomeração de pessoas e, consequentemente, prevenir o contágio e a disseminação da Covid-19. A proibição durará enquanto se mantiver o plano de contingência a nível nacional decretado pelo Governo. A polícia está a patrulhar as zonas balneares para garantir o cumprimento da interdição.
Foto: DW/A. Semedo
Acesso limitado aos locais públicos
Mercados, bancos, farmácias, lojas e outras instituições estão a limitar a entrada de pessoas para prevenir a Covid-19, o que tem levado à criação de filas à porta destes espaços. Nos mercados da Praia, por exemplo, foi proibida a entrada de crianças e as vendedeiras com mais de 65 anos devem ficar em casa. Feiras e vendas de animais vivos são agora proibidas. Algumas lojas chinesas já fecharam.
Foto: DW/A. Semedo
Corrida aos supermercados
O anúncio do plano de contingência para a prevenção e controlo da Covid-19 e do primeiro caso da doença no país, disparou as compras em Cabo Verde. O medo de ficar sem alimentos levou as pessoas a comprarem grandes quantidades de comida e produtos de higiene. O Governo alertou a população para não açambarcarem os produtos e reforçou a fiscalização contra a especulação de preços.
Foto: DW/A. Semedo
O medo de ficar sem gás butano
O anúncio do primeiro caso de Covid-19 no país levou os cidadãos à compra desenfreada de gás butano para armazenamento, temendo a sua falta no mercado. Vários postos de venda ficaram sem este combustível para atender à elevada procura. Entretanto, as empresas de combustíveis garantem à população que têm stocks de gás suficiente para abastecer o mercado, afastando um cenário de escassez.
Foto: DW/A. Semedo
Faltam materiais de proteção individual
A falta de máscaras e álcool em gel no mercado tem deixado os cidadãos muito preocupados. A procura por estes produtos aumentou drasticamente com o registo do primeiro caso de Covid-19 no país. A empresa de medicamentos Inpharma passou a produzir álcool em gel para abastecer o país e já garantiu o fornecimento de máscaras às farmácias. Porém, a venda destes produtos está a ser racionada.