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PolíticaCabo Verde

Cabo-verdianos votam em meio à fase severa da pandemia

Lusa | AFP | tm
18 de abril de 2021

No dia das eleições legislativas em Cabo Verde, o Presidente Jorge Carlos Fonseca criticou aglomerados de eleitores em várias assembleias de voto, a contrariar as regras da CNE no âmbito da pandemia de Covid-19.

Kap Verde | Parlamentswahlen
Eleições legislativas em Cabo Verde acontecem em meio a recordes diários de Covid-19.Foto: Seyllou/AFP/Getty Images

Por ocasião das eleições legislativas em Cabo Verde, o Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, disse que vai avaliar com o Governo a situação epidemiológica no arquipélago e a eventual necessidade de alteração das medidas em curso, face ao forte aumento de casos da Covid-19.

Nas assembleias de voto, verificou-se alguns atrasos generalizados, sobretudo por questões logísticas, como limpeza e higienização dos locais de votação e a preparação dos elementos das mesas de voto, obrigados a usar equipamentos de proteção individual, nomeadamente máscaras e viseiras, devido à pandemia de Covid-19.

Quase 393 mil eleitores cabo-verdianos foram chamados às urnas neste domingo para as sétimas eleições legislativas de Cabo Verde, escolhendo entre 597 candidatos de seis partidos os 72 deputados ao parlamento na próxima legislatura.

A votação vai ainda definir o Governo para os próximos cinco anos e acontece num momento de recordes diários de novos infetados por Covid-19 no arquipélago. Para estas eleições foram previstas 1.245 mesas de voto no arquipélago e 236 na diáspora, em 21 países, para um total de 392.993 eleitores recenseados, segundo a CNE. 

Foto: Seyllou/AFP/Getty Images

"Constrangimentos logísticos"

O número máximo de eleitores por mesa foi fixado em 350 eleitores, para o território nacional, "tendo em vista minimizar os constrangimentos logísticos, nomeadamente a falta de edifícios públicos e de cidadãos para desempenharem as funções de membros de mesa de voto", de acordo com a CNE. 

Nas eleições legislativas cabo-verdianas são eleitos para um mandato de cinco anos 72 deputados, dois dos quais pelo círculo de África, dois pelo círculo da América e dois pelo círculo da Europa e resto do mundo. 

A ilha de Santiago vai eleger 33 dos 72 deputados nas eleições legislativas, contando com mais um deputado face à votação de 2016, conforme distribuição feita pela CNE após concluído o recenseamento eleitoral. 

As estas legislativas concorrem, em todos os 13 círculos eleitorais no país e no estrangeiro, o Movimento para a Democracia (MpD), Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e União Caboverdiana Independente e Democrática (UCID), todos com representação parlamentar. 

Depois, o Partido Popular concorre em cinco círculos, o Partido Social Democrata em quatro e o Partido do Trabalho e da Solidariedade em cinco.

Em 2016, o MpD, então na oposição, venceu com maioria absoluta (quase 54% dos votos) as eleições legislativas, afastando do poder, ao fim de 15 anos, o PAICV (ambos os partidos já venceram, cada um, três eleições legislativas).

Janira Hopffer Almada.Foto: Seyllou/AFP/Getty Images

Campanha eleitoral

Sempre acompanhada de centenas de apoiantes, a presidente do PAICV, oposição, Janira Hopffer Almada, foi, nos últimos dias, pedir o voto aos moradores do bairro de Achadinha e às vendedeiras do mercado do Plateau, no centro da capital do país, que faz parte do círculo eleitoral de Santiago Sul, no qual é cabeça-de-lista pelo PAICV. Ali, ela reafirmou as críticas aos últimos cinco anos de governação, confiante nos resultados desta campanha. 

"O PAICV fez uma campanha alegre, modesta, de acordo com os recursos que tem", afirmou aos jornalistas Janira Hopffer Almada, que depois seguiu numa passeata até ao norte da ilha de Santiago, para regressar à Praia ao final da tarde, para novo apelo na rua ao voto. 

Licenciada em direito pela Universidade de Coimbra, Janira Hopffer Almada, 42 anos, ascendeu à liderança do PAICV em 2014, e foi ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos de Cabo Verde no último Governo do partido, tentando pela segunda vez chegar ao poder no país.

Ulisses Correia e Silva.Foto: Seyllou/AFP/Getty Images

Ulisses Correia e Silva, presidente do Movimento para a Democracia (MpD, maioria) e também cabeça-de-lista do partido pelo círculo de Santiago Sul, utilizou as últimas horas de campanha para sublinhar a dificuldade do exercício desta legislatura, marcada, recordou, por três anos de seca e um ano de pandemia que provocou uma recessão económica de 15% em 2020. 

"Criamos condições de proteção", afirmou, depois de uma visita ao Mercado de Sucupira, centro da Praia, o maior do país. Ulisses Correia e Silva, 58 anos, lidera o MpD desde junho de 2013 e venceu as eleições legislativas em Cabo Verde menos de três anos depois, assumindo desde então o cargo de primeiro-ministro, lugar que tenta manter nas eleições legislativas deste domingo (18.04). 

Concentrando a atenção final da campanha no eleitorado da ilha de Santiago, disse esperar "uma grande vitória" no domingo, sobretudo "merecida". 

O país está há cerca de 30 anos profundamente bipartidarizado, entre MpD, que tem atualmente uma maioria absoluta de 40 deputados, e o PAICV, que soma 29, além dos três eleitos da União Caboverdiana Independente e Democrática (UCID).

Cabo-verdianos votam em eleições legislativas

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