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Cada vez mais deslocados refugiam-se em Nampula

19 de agosto de 2025

Mesquitas, igrejas e casas particulares do distrito de Eráti estão a ser transformadas em locais seguros e "centros transitórios" de acolhimento para os deslocados de Cabo Delgado, província alvo de ataques insurgentes.

 Distrito de Eráti, norte da província de Nampula, tem recebido cada vez mais deslocados de Cabo Delgado
Distrito de Eráti, norte da província de Nampula, tem recebido cada vez mais deslocados de Cabo DelgadoFoto: Sitoi Lutxeque/DW

Fátima teve de fugir da sua casa, no distrito de Chiúre, na zona sul da província de Cabo Delgado. Percorreu mais de 80 quilómetros e encontrou refúgio no distrito de Eráti, norte da província de Nampula. Foi acolhida numa residência particular.

"Fomos acolhidos por essas pessoas que sentiram pena de nós. Assim, estamos aqui no quintal. Não temos nada", relata.

Fátima conta que há outras pessoas com quem fugiu que também foram acolhidas em Eráti.

"Estamos a pedir apoio. Outros estão a viver nas mesquitas e igrejas, e a dormir no chão. Por isso, estou a pedir para que nos apoiem. Estamos mal", apela.

Nova vaga de ataques

Organizações locais, citadas pela agência noticiosa Lusa, estimam que mais de 57 mil pessoas tenham sido obrigadas a abandonar as suas casas devido a uma nova vaga de ataques terroristas, que tem afetado sobretudo o distrito de Chiúre, desde o final de julho.

Célia é uma outra deslocada em Eráti. "Nós estamos mal, precisamos de ajuda. Não sabemos em que dia e em que ano isso vai acabar", lamenta.

Os ataques na província de Cabo Delgado arrastam-se desde 2017, oscilando de intensidade. Atualmente, os alvos incluem aldeias e viajantes, que são sequestrados mediante exigência de elevados resgates pela sua libertação.

Apoiar os deslocados

Em Nampula, há relatos conflitantes das autoridades locais sobre os deslocados.

"Tivemos entrada, sim, de deslocados, mas todos regressaram [às suas regiões]. Não nos reportaram famílias carecendo de apoio", afirma a delegada provincial do Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres (INGD) de Nampula, Anacleta Botão.

Outra fonte oficial ouvida pela DW admite, no entanto, que têm chegado novos deslocados ao distrito de Eráti.

À imprensa local, Abdul Magid, delegado provincial do Conselho Islâmico de Moçambique, alerta para a situação de famílias inteiras que precisam de apoio:

"Nós temos lá uma mesquita, temos uma sala de aulas – já estão a acolher de forma informal, porque fomos também colhidos de surpresa. Foi uma noite em que vieram e instalaram-se ali."

A Cáritas, uma organização pertencente à Igreja Católica, tem também prestado apoio aos deslocados internos.

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