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PolíticaCamarões

Camarões: Dezenas de militantes da oposição condenados

Lusa | AFP
28 de dezembro de 2021

Quarenta e sete militantes do partido do dirigente da oposição camaronês Maurice Kamto, incluindo o porta-voz e o tesoureiro, foram condenados por um tribunal militar a penas entre um e sete anos de prisão por rebelião.

Kamerun Maurice Kamto Oppositionspolitiker
Foto: Gety Images/AFP/S. De Sakutin

Os militantes foram detidos em 22 de setembro de 2020 quando o seu partido, o Movimento pela Renascença dos Camarões (MRC), e outras organizações planeavam a realização de "marchas pacíficas" contra o regime do Presidente Paul Biya, no poder há 39 anos.

A polícia dispersou com violência centenas de manifestantes, especialmente em Douala, a capital económica, no sul do país. Mais de 500 manifestantes foram detidos em várias cidades do país e 124 ainda estão encarcerados, de acordo com o MRC.

"Quarenta e sete militantes do nosso partido foram condenados à prisão pelo tribunal militar de Yaoundé. O porta-voz de Maurice Kamto, Olivier Bibou Nissack, e o tesoureiro Alain Fogue, foram condenados a sete anos", disse o secretário-geral adjunto do partido, Roger Noah, citado pela agência France-Presse. 

"Os restantes foram condenados a penas que variam de um a cinco anos", acrescentou. Os militantes foram condenados sob a acusação de "rebelião" e "tentativa de insurreição", sublinhou Emmanuel Simh, vice-presidente do MRC.

Kamto esteve detido nove meses, sem julgamento, até ser libertado a 05.10.2019Foto: AFP

"Repressão implacável" da oposição

Em setembro, um grupo de advogados desistiu de defender uma centena de militantes do MRC, denunciando a "arbitrariedade" e "a ilegalidade da detenção".

Maurice Kamto, o rival de Paul Biya - reeleito em 2018 numa votação contestada pela oposição - foi preso em janeiro de 2019, na sequência de uma marcha de protesto contra as eleições durante a qual se apresentou como "Presidente eleito".

Kamto esteve detido nove meses, sem julgamento, tendo sido libertado após intensa pressão internacional.

Dois meses após a prisão dos militantes, a organização Amnistia Internacional acusou o regime de Biya de continuar uma "repressão implacável contra a oposição, caracterizada por "prisões e detenções arbitrárias".

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