Campanha eleitoral no Bengo: Continuidade ou mudança?
28 de julho de 2022Casa, trabalho e salário justo, é o que promete o líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Manuel Fernandes.
"Porque a casa continua a ser um sonho da juventude angolana e do chefe de família angolano. Nós estamos a propor, enquanto Governo, que vamos criar condições para oferecer empregos para nossa juventude."
Centenas de pessoas juntaram-se esta quinta-feira (28.07) no mercado do Kawango, em Caxito, para ouvir as propostas do líder da CASA-CE, caso vença as eleições.
Para melhorar as condições de vida da população são também necessárias melhores infraestruturas, explicou Manuel Fernandes. Isso inclui escolas e hospitais de qualidade, além de profissionais qualificados.
"Porque construíram hospitais, mas não preparam quadros angolanos. Estão a mandar vir quadros estrangeiros, a pagar cinco mil dólares por cada estrangeiro. O salário deles é cinco vezes maior que o do médico angolano", disse Fernandes.
MPLA pede mais tempo
Mas o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) diz que já fez muito e promete que, se for eleito novamente, vai continuar a trabalhar para melhorar as condições de vida.
"Estamos a fazer coisas boas, estamos a fazer coisas grandes e vamos continuar a fazê-las", anunciou a a secretária provincial do partido, Mara Quiosa.
"Eu queria perguntar às mamãs e aos papás: Aqueles sete filhos em casa, fizemos num dia? Você levou algum tempo para fazer. Até Deus que fez o mundo levou algum tempo."
Continuidade ou alternância?
Enquanto o MPLA pede mais tempo, a oposição diz que está na hora de haver alternância no poder após 48 anos de governação dos "camaradas".
Nesta campanha eleitoral, essa tem sido a principal bandeira da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição.
Mas no Bengo, o partido queixa-se que, antes da campanha, encontrou obstáculos à realização de atividades em alguns locais de maior visibilidade - por exemplo, no município do Dande.
"Tem havido mesmo alguns constrangimentos por parte da administração", denunciou o secretário provincial da UNITA, Moniz Alfredo, que, ainda assim, espera mudanças até às eleições, a 24 de agosto.
Para o administrador municipal do Dande e secretário do MPLA nesta localidade, Fonseca Canga, este é um falso problema.
Canga explica que se a UNITA quer realizar uma atividade nalgum local, basta pedir. "Até porque a UNITA nunca solicitou espaço. A UNITA deve comunicar que vai realizar uma atividade e o que nos resta é tomar conhecimento e orientar a polícia para a sua proteção", respondeu Fonseca Canga.