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Campanha presidencial aquece na reta final

15 de março de 2012

A campanha eleitoral começa a aquecer na Guiné-Bissau à medida que se aproximam as eleições presidenciais de domingo, 18.03. Oficialmente iniciaram-se esta quinta-feira (15.03) com o voto dos militares.

Este condutor apoia Carlos Gomes Júnior
Este condutor apoia Carlos Gomes JúniorFoto: DW

Cartazes colados nas paredes ou em automóveis, bandeiras e t-shirts dão o colorido à campanha, que vai tomando conta da capital guineense. Na avenida Amílcar Cabral, que liga o porto de Bissau ao antigo Palácio do Governador, a música saiu à rua.

De pé ou sentados em cadeiras de plástico, à porta das sedes de campanha, abrigados tanto quanto possível do calor abrasador que se faz sentir logo pela manhã, os guineenses vão apoiando os candidatos da sua preferência, entre os nove que disputam estas presidenciais. Não obstante o quadrante político há um desejo comum que une os guineenses: o de paz. Ouvido pela DW nas ruas da capital da Guiné-Bissau, um homem desabafou: “Quero paz. Quem quer que vença as eleições que traga paz à Guiné-Bissau e reconciliação”, disse.

O músico guineense Carlos Robalo, que habitualmente vive em Colónia, cidade no oeste da Alemanha, e que a DW encontrou, por acaso, numa esquina de Bissau, partilha a mesma aspiração: “Como todos os guineenses, nós esperamos que, finalmente, haja paz e tranquilidade para que esta terra comece a andar para a frente”, afirmou o músico.

A viver fora do país, Carlos Robalo disse que não está “envolvido em nenhuma cena política e gostaria que tudo corresse bem e que os votos sejam aceites. Quem ganhar que dirija o país como deve ser” – desejou o artista guineense.

Prenúncios de uma eleição estável

O arranque para as eleições foi dado já esta quinta-feira (15.03) pelos militares que começaram a exercer o seu direito de voto antecipadamente por estarem de serviço no domingo, 18. Para Francisco Veiga, embaixador de Cabo Verde em Dacar, a capital senegalesa, o que tem visto na Guiné-Bissau é animador: “Não tem havido nada que denote qualquer tipo de violência como o que tem acontecido, por exemplo, no Senegal. E acho que este clima vai perdurar durante todo o processo. E esperamos bem que seja assim”.

Desta forma, aos rumores de insegurança, que chegam a ser comuns na Guiné-Bissau, contrapõem-se as vozes daqueles que acreditam num sufrágio livre de desacatos, justo e democrático. Uma outra voz que partilha da mesma opinião é a de Armindo Maurício, o chefe da missão de observadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Palácio Presidencial em BissauFoto: DW/Ferro de Gouveia

De acordo com o responsável, “o clima está tranquilo, as candidaturas estão no terreno, fazendo as campanhas. Estão a correr bem, até agora não houve nenhum incidente de relevo de que se pudesse dar conta”.

No entanto, Armindo Maurício é cauteloso, admtindo que “é evidente que nesta fase final haverá maior tensão, porque, naturalmente, cada candidato quererá ter melhor resultado, mas dos dados que nós temos dos candidatos não há receios de maior e parece que tudo vai correr bem”.
 
A CPLP enviou para a Guiné-Bissau 24 observadores, dos oito países que a integram, e que estarão presentes em todas as nove províncias guineenses. No terreno está já uma força conjunta composta por polícias e militares para garantir a normalidade e a segurança no período eleitoral.

O presidente da Comissão Nacional de Eleições, Desejado Lima da Costa, que também se mostra confiante na segurança do processo, garantiu que está tudo a postos par domingo e anunciou que “estamos à espera dos primeiros resultados no dia 22.03. [Um mês depois], dia 22 de abril, vamos ter a segunda volta, em caso de haver a segunda volta”, rematou.

Autora: Helena Ferro de Gouveia (em Bissau)
Edição: Glória Sousa / Renate Krieger

Comício para as eleições do dia 18 de marçoFoto: DW
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