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Campanha presidencial em Cabo Verde faz "corpo a corpo" até últimos momentos

5 de agosto de 2011

Quatro candidatos disputam eleição em 7/8. Nas urnas, 305 mil eleitores cabo-verdianos deverão escolher o substituto do Presidente Pedro Pires, prestes a concluir o segundo e último mandato permitido pela Constituição.

Pedro Pires (centro), Presidente de Cabo Verde, que cumpre o segundo e último mandato permitido constitucionalmente, em Hamburgo (2009)
Pedro Pires (centro), Presidente de Cabo Verde, que cumpre o segundo e último mandato permitido constitucionalmente, em Hamburgo (2009)Foto: Pressestelle des Senats Hamburg

Aristides Lima, Joaquim Jaime Monteiro, Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio Sousa são as personalidades que se apresentam ao eleitorado. A campanha eleitoral deverá terminar à meia-noite, hora local, desta sexta-feira (5/8).


Segundo a Deutsche Welle apurou, foi uma campanha tranquila e sem grandes sobressaltos, em que os quatro candidatos privilegiaram a realização de comícios e contatos diretos com o eleitorado, percorrendo casa a casa as nove ilhas habitadas do país.


Até os últimos momentos, as candidaturas de Aristides Raimundo Lima, Joaquim Jaime Monteiro, Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio Sousa deverão reforçar os tempos de antena, as mensagens em comícios e carros de som e os seus contatos porta a porta – ou "corpo a corpo".

Contra orientação da cúpula do PAICV, alguns setores do partido apoiam Aristides LimaFoto: Daniel Almeida

Aristides Lima, pivô de "racha" no partido do Governo?


Os momentos derradeiros da campanha serão aproveitados pelo "candidato da cidadania", Aristides Lima, para reafirmar que será um Presidente da República próximo dos cabo-verdianos, no país e no exterior, e muito comprometido com o Estado de direito democrático e seu desenvolvimento econômico.

Lima acredita que a própria campanha foi marcada por "grande entusiasmo" das pessoas, especialmente "da nossa juventude". "Queremos sair daqui reforçados para, no terreno, aumentarmos a nossa margem de progressão e podermos – no dia 7 – ter um resultado vitorioso desta candidatura", disse à Deutsche Welle.

Aristides Lima é apoiado pela UCID e pelo PTS, dois pequenos partidos da oposição. Contra a cúpula do partido no poder, o PAICV(Partido Africano da Independência de Cabo Verde), alguns setores desta formação também manifestaram apoio a Lima. Entre eles, o candidato estaria contando com o apoio "tácito" do atual Presidente Pedro Pires, representante da ala mais conservadora do PAICV.

Com poucos recursos financeiros, Joaquim Monteiro, 71, não conseguiu realizar nenhum comícioFoto: Daniel Almeida

Joaquim Monteiro, "do, pelo e para o povo"

O independente Joaquim Jaime Monteiro se autoproclama "candidato do povo" e deverá mais uma vez afirmar que o futuro de Cabo Verde está nas mãos dos jovens. "Vamos lá ver se nós, candidatos do povo de Cabo Verde – com o povo e para o povo –, vamos aproveitar todo este dinamismo existente na juventude cabo-verdiana. Vocês, a juventude, são os responsáveis pelo futuro deste grande país que é Cabo Verde", discursou, durante a campanha.

Com poucos meios financeiros, Monteiro, de 71 anos, não conseguiu realizar nenhum comício. Por causa da falta de recursos, segundo a Deutsche Welle apurou, Monteiro é o candidato que aparentemente menos hipóteses tem de ganhar ou de passar à segunda volta.

Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo maior partido de oposição cabo-verdiano, o MpD (Movimento para a Democracia)Foto: Daniel Almeida

Jorge Carlos Fonseca pode tirar proveito de "crise" do PAICV

Desde o dia 21 de julho, com o início oficial da campanha, Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo MpD, o principal partido político da oposição, tem dito que se for eleito para o cargo de Chefe de Estado será uma voz de cooperação com o Governo, além de um Presidente junto das pessoas: "Nós temos feito uma campanha sempre positiva, a tentar conversar com os cabo-verdianos, abordando os problemas e apresentando soluções". Fonseca também destacou a participação dos jovens, "o que nos dá alento e motivação".

Por causa da "rachadura" política no partido governista PAICV, observadores acreditam que Fonseca terá uma oportunidade mais favorável nas eleições de domingo, 7/8. A divisão daria força a Fonseca e ao segundo maior partido do país, o MpD.

Jorge Carlos Fonseca é o único dos quatro candidatos cabo-verdianos que repete a corrida à Presidência – em 2001, concorreu sem apoios partidários como independente, mas não passou ao segundo turno.

Manuel Inocêncio Sousa, candidato oficial do PAICV (no poder)Foto: Daniel Almeida

Manuel Inocêncio Sousa e a aposta na experiência

O candidato oficial do PAICV, Manuel Inocêncio Sousa, promete fazer uma presidência ativa, com um contributo próprio na resolução das grandes questões do país. Inocêncio Sousa promete também estar atento aos problemas dos cabo-verdianos: "Para um Presidente, todos os problemas que dizem respeito aos cidadãos são problemas que interessam", afirmou. Ele destacou, durante a campanha, que o Presidente deve ser a "voz dos cidadãos junto do município ou do Governo ou de qualquer instituição do país".

As eleições em Cabo Verde deverão ser acompanhadas por 13 observadores da União Africana e 11 observadores dos Estados Unidos e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Autor: Nélio dos Santos (Mindelo/São Vicente)

Edição: Renate Krieger / António Rocha

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