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Desporto

CAN 2017: Começou a festa do futebol africano

Linda Staude | Glória Sousa
14 de janeiro de 2017

Para uns, a organização do CAN pelo Gabão é motivo de críticas, para outros é um orgulho. A partida entre a seleção anfitriã do Gabão e a estreante Guiné-Bissau marca o início do Campeonato Africano das Nações 2017.

Foto: Getty Images/AFP/C. de Souza

O Presidente do Gabão, Ali Bongo, deu oficialmente início à 31ª edição do Campeonato Africano das Nações (CAN), este sábado (14.01), no Estádio da Amizade, na capital Libreville. Bongo estava acompanhado do seu homólogo da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, e do presidente da Confederação Africana de Futebol, Issa Hayatou.

O rapper franco-senegalês Booba e outros artistas africanos animaram a cerimónia de abertura perante um estádio com 40 mil lugares, que se foi preenchendo a pouco e pouco.

As últimas semanas foram de frenesim por causa dos preparativos e retoques finais no Estádio da Amizade, a pensar no apito de partida do CAN.

O CAN "significa muito para nós, porque temos a oportunidade de sermos conhecidos internacionalmente. Além disso, podemos mostrar ao mundo uma outra face do nosso país, porque os jogos não serão apenas na capital. E isso deixa-nos orgulhoso", afirma Tresor Elbaz, funcionário do estádio.

No primeiro jogo, a seleção afitriã do Gabão defronta a estreante Guiné-Bissau. Nas bancadas estarão adeptos de todo o mundo. Por exemplo, Simon veio da Polónia. "Era um sonho assistir ao CAN. E agora vou finalmente poder realizá-lo. Torço pela Tunísia, porque tem um treinador polaco, e também pelo país anfitrião, o Gabão", confessa o adepto do futebol africano.

O gabonês Händler Guy conta com a chegada a Libreville de muitos outros adeptos. "Espero que o CAN corra bem, que seja um momento de alegria, pois o futebol une as pessoas", disse Händler Guy.

Críticas à organização do CAN

Mas nem todos os gaboneses estão tão entusiasmados com o CAN. Com o futebol na ribalta, caem na sombra a violência que se registou depois das eleições, em agosto, e a crise económica do país.

Pierre-Emerick Aubameyang, estrela do Borussia Dortmund e da seleção do GabãoFoto: Getty Images/AFP

"Eu acho que o Gabão não precisa do CAN, tendo em conta os nossos problemas financeiros e o caos depois das eleições. A organização da competição, em 2012 [juntamente com a Guiné Equatorial], não nos trouxe nada. Não compreendo como a organizaram de novo”, critica Fanny, que vive num bairro de lata em Libreville.

Enquanto o Presidente Ali Bongo, reeleito nas controversas eleições de agosto, espera unir o povo através do futebol, a oposição pretende manifestar-se nos estádios.

"Por vários motivos, apelamos ao boicote ao CAN. Este segundo campeonato em apenas cinco anos não se justifica financeiramente. São custos que seriam urgentes em infraestruturas, em escolas e no sistema de saúde", sustenta Jean Remy Yama, do sindicato Dynamic Unitaire. A organização do CAN custou cerca de 700 milhões de euros.  

A união pelo futebol

Polícias e militares reforçam a segurança nas imediações do Estádio da Amizade, monitorizado por centenas de câmaras de vigilância.

No entanto, os adeptos da bola parecem pouco preocupados com as medidas de segurança. Alain Noe, dos Camarões, vibra pela sua seleção, mas também pela estrela do Dortmund, Pierre-Emerick Aubameyang, que é também capitão do Gabão. "Vou para o estádio com a camisola de Aubameyang, assinada pelo próprio. O CAN é definitivamente a festa do futebol africano. O que significa a união do povo através do futebol. Festejamos África através do futebol", salutou o adepto camaronês Alain Noe.

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