CAN 2019: Angola e Guiné-Bissau dão adeus ao sonho
António Cascais
3 de julho de 2019
As duas seleções foram eliminadas na fase de grupos da Taça das Nações Africanas. Os 'Palancas Negras' perderam por 0-1 para o Mali e 'Djurtus' foram derrotados por 0-2 pelo Gana, esta terça-feira (02.07).
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Não há uma seleção de futebol lusófona nos oitavos de final da Taça das Nações Africanas (CAN) de 2019, ao contrário do que aconteceu nas últimas edições deste mais importante torneio de seleções africanas.
Ingenuidade dos ‘Palancas Negras'
A seleção angolana perdeu o jogo contra o Mali, por 0-1, no Estádio de Ismaília.
A precisar apenas de um empate para qualificar-se na condição de um dos melhores terceiros classificados, os 'Palancas Negras' foram incapazes de obter tal resultado, deitando por terra o objetivo de fazer melhor que os quartos de final das edições de 2008, no Gana, e 2010, em Angola.
CAN: Angola e Guiné-Bissau eliminadas - MP3-Stereo
O único golo do encontro foi marcado por Amadou Haidara, aos 36 minutos, numa altura em que os angolanos dominavam o jogo.
"Os últimos 25 minutos da primeira parte foram maus demais [para nós] e bons demais para os malianos que justificaram essa vitória," avaliou o jornalista angolano Amílcar Silva, comentador da Rádio Nacional de Angola.
"O Mali não queria perder o primeiro lugar e nós não queríamos perder a passagem para a fase seguinte. Isso não se verificou. Há muita falta de experiência nesse aspecto também. Eu diria até uma certa ingenuidade," concluiu Amílcar Silva.
No outro encontro do Grupo E, Mauritânia e Tunísia empataram a zero.
O Mali qualifica-se com sete pontos, tal como a Tunísia, na segunda posição, com três. Angola e Mauritânia foram eliminadas com dois pontos cada.
Treinador da Guiné-Bissau sob críticas
Passamos ao Grupo F, o grupo da Guiné-Bissau. Em Suez, a seleção guineense perdeu por 0-2 para o Gana, com golos de Jordan Ayew, aos 46 minutos, e Thomas Partey, aos 72, terminando a primeira fase no último lugar do grupo, com um ponto - resultado de um empate e duas derrotas.
Os denominados 'Djurtus' não conseguiram concretizar o sonho de seguir em frente neste torneio, tendo surgido agora algumas críticas ao treinador guineense Baciro Candé que, antes do jogo, mostrou-se otimista em conferência perante a imprensa internacional.
"Tenho esperanças que possamos ganhar o jogo contra o Gana. E, depois, chegando aos oitavos de final, venha o adversário que vier, temos que lutar e ser iguais a nós próprios," declarou.
O sonho dos 'Djurtus' não se concretizou e o selecionador Baciro Candé – figura antes aclamada por muitos - agora está a ser bastante contestado.
O Gana, quarto classificado na edição de 2015, está de festa, apurou-se no primeiro posto do grupo, com os mesmos cinco pontos dos detentores do troféu, os Camarões, que ficaram na segunda posição e também seguiram em frente.
Os camaroneses fecharam a fase de grupos com um nulo (0-0) diante do Benim, resultado que permitiu a este último conjunto assegurar presença nos 'oitavos', enquanto um dos quatro melhores terceiros classificados.
Próxima fase
Quais as 16 seleções que se apuraram para os oitavos de final? São estas as partidas que se aguardam nesta próxima fase, a decorrer entre sexta-feira (05.07) e segunda-feira (08.07):
- Marrocos joga contra o Benim
- Uganda defronta o Senegal
- Madagáscar joga contra a República Democrática do Congo
- Gana defronta a Tunísia
- Nigéria joga contra os Camarões
- Egito defronta a África do Sul
- Argélia joga contra a Guiné-Conakri
- Mali defronta a Costa do Marfim
CAN 2019: Estrelas da Bundesliga no relvado
Na 32ª edição da Taça das Nações Africanas (CAN), no Egito, a batalha pela supremacia continental será uma das melhores de sempre. No relvado há muitos rostos familiares para os fãs da Bundesliga, a primeira liga alemã.
Foto: picture-alliance/AP Images/A. Bounhar
Achraf Hakimi (Marrocos)
Apesar de ter apenas 20 anos de idade, Hakimi foi um elemento permanente no Borussia Dortmund enquanto esteve em boa forma. Depois de uma lesão no pé em abril, a participação do defesa do Real Madrid na Taça Africana era uma incógnita. Mas Hakimi - que ganhou o título de Jovem Jogador do Ano de África - conseguiu recuperar a tempo de representar Marrocos.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/A. Surma
Ibrahima Traore (Guiné-Conacri)
O avançado do Borussia Mönchengladbach fez apenas 11 aparições na Bundesliga nesta temporada, em parte devido a uma cirurgia na virilha. O jogador de 31 anos, que será o capitão da Guiné-Conacri na CAN, disse ao Rheinische Post que está 100% apto para liderar a sua seleção.
As performances de Sane foram um dos poucos pontos positivos de uma campanha sombria para o Schalke 04. Sane tornou-se uma figura central na linha de fundo da equipa alemã na temporada de estreia. O defesa apareceu em quase todos os jogos da equipa de Gelsenkirchen e espera ter mais sorte quando entrar em campo pelo Senegal.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Thissen
Kasim Adams Nuhu (Gana)
Nos círculos da Bundesliga é conhecido como Kasim Adams, mas durante o tempo que passou na Suíça era chamado Kasim Nuhu no Young Boys Bern. Lá, o ganês ganhou uma medalha de título, em 2018, antes de se mudar para o Hoffenheim. Uma lesão nos estágios iniciais da temporada fez com que Adams jogasse apenas 13 partidas na Bundesliga.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/J. Breton
Amadou Haidara (Mali)
Amadou Haidara, de 21 anos, é um dos vários jogadores que trocaram o Red Bull Salzburg pelo RB Leipzig em janeiro. Depois de chegar à Áustria em 2016, o dinâmico médio conquistou a Liga Juvenil da UEFA com os sub-19 de Salzburgo em 2017, o ano em que também se estreou na seleção do Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Jean-Philippe Gbamin (Costa do Marfim)
A Taça das Nações Africanas para o médio costa-marfinense vai ser uma grande oportunidade. Não é segredo que Gbamin pretende sair do Mainz neste verão, com a Premier League aparentemente como seu destino preferido. O jogador disse, no entanto, que imaginava a jogar "em Leverkusen ou Dortmund".
Foto: Imago/J. Huebner
Chadrac Akolo (RDC)
O avançado do Estugarda mudou-se para a Suíça como refugiado em 2009 e chegou mesmo a considerar optar por representar o seu lar adotivo em vez da República Democrática do Congo (RDC) a nível internacional. Na época 2018/2019, Akolo fez 16 aparições na Bundesliga, mas não conseguiu firmar-se, já que o Estugarda desceu de divisão.
Foto: picture-alliance/Pressefoto Rudel/R. Rudel
Simon Falette (Guiné-Conacri)
Falette nasceu em França, mas também é cidadão da Guiné-Conacri. Ele joga no Eintracht Frankfurt desde 2017, tendo jogado 29 vezes na temporada 2017/2018. E na temporada passada, marcou presença em sete das 14 partidas da equipa de Frankfurt na Liga Europa.
Foto: picture-alliance/GES/M. Ibo
Cebio Soukou (Benim)
Pode não ter sido na Bundesliga, mas Cebio Soukou passou a temporada 2018/2019 a jogar pelo Hansa Rostock, na terceira divisão alemã. O avançado fez a sua estreia internacional pelo Benim apenas há alguns meses. E deve passar a integrar a equipa alemã Arminia Bielefeld, na segunda divisão, depois da Taça Africana.
Foto: picture-alliance/Fotostand/Voelker
Manfred Starke (Namíbia)
Manfred Starke também vem da terceira liga alemã. Está no FC Carl-Zeiss Jena desde 2015. Starke, que também tem cidadania alemã, juntou-se ao programa de jovens do Hansa Rostock em 2013, depois de se mudar da capital namibiana Windhoek. Médio esquerdo por ofício, Starke também é capaz de jogar como médio central.
Foto: picture-alliance/Fotostand/Wagner
Marcel Tisserand (RDC)
Tisserand cresceu em França, mas decidiu representar a RDC em 2013. O defesa versátil mudou-se para a Alemanha em 2016, quando ingressou no Ingolstadt. Depois de ser relegado naquela equipa, foi para o Wolfsburg, um ano depois. Na próxima época deverá juntar-se aos ingleses dos Wolves, na Liga Europa.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Pförtner
Pierre Kunde Malong (Camarões)
Apesar de ter sido formado no Atlético de Madrid, Kunde Malong nunca foi destaque na capital espanhola. Depois de figurar no primeiro escalão regular durante empréstimos com a Extremadura UD e Granada, o jogador de 23 anos mudou-se para Mainz, na Alemanha, onde as suas qualidades como médio rapidamente o transformaram em presença regular na equipa principal.
Foto: picture-alliance/Bild Pressehaus
Jamilu Collins (Nigéria)
Pouco depois de completar 18 anos, Collins mudou-se da Nigéria para a Croácia para se juntar ao HNK Rijeka. Após um período difícil na equipa, que o viu emprestado a vários clubes croatas, Collins juntou-se ao Paderborn em 2017. Desde então ganhou consecutivas promoções no Paderborn, que voltará à Bundesliga na próxima temporada.
Foto: picture-alliance/SvenSimon/J. Kuppert
Mohamed Dräger (Tunísia)
Collins não será o único representante do Paderborn no Egito, com Dräger convocado pela Tunísia. Nascido em Friburgo, estreou-se na equipa daquela cidade em julho de 2017, num jogo de qualificação para a Liga Europa frente ao NK Domzale. Em 2018, Dräger foi emprestado ao Paderborn.