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Cabo Verde invicto, Moçambique de honra e Bissau sem força

António Deus
23 de janeiro de 2024

"Tubarões azuis" dominaram o grupo B e impuseram respeito a campeões como Gana e Egito. Já os "mambas", que não eram os favoritos a seguir em frente, deixaram tudo em campo e ficaram a um golo do apuramento histórico.

Cabo Verde apurado para os oitavos de final
Cabo Verde apurado para os oitavos de finalFoto: Issouf Sanogo/AFP/Getty Images

Moçambique e Guiné-Bissau terminaram esta segunda-feira (22.01) a sua campanha na Taça das Nações Africanas (CAN2023) de futebol, na Costa do Marfim.

Já a seleção de Cabo Verde segue para os oitavos de final da competição e Angola pode juntar-se esta terça-feira (23.01).

Seleção de Cabo Verde venceu grupo BFoto: Issouf Sanogo/AFP/Getty Images

Cabo Verde é candidato?

É sem dúvida a seleção dos PALOP mais preparada e habituada a estes grandes palcos. A seleção dos "tubarões azuis" mostrou uma grande classe e experiência num grupo onde militavam Egito - a seleção mais condecorada do futebol africano - e o Gana, tetracampeões do Capeonato Africano das Nações.

Os "púpilos" do treinador "Bubista" bateram o pé ao Gana, dominaram Moçambique e vendera caro o empate ao Egíto.

Na última jornada do grupo B, empate já depois dos 90 frente à seleção egípcia, que estava pressionada a pontuar, ou arriscaria ficar eliminado do CAN logo na fase de grupos.

Já com o apuramento no "bolso", Pedro Bubista aproveitou para mexer no onze incial, dando mais minutos aos jogadores menos usados nos primeiros dos jogos, mas sem tirar o pé do acelerador. Até para mais, uma vitória sobre o Egito poderia ajudar diretamente Moçambique a qualificar-se para os oitavos de final e eliminar o campeão do campões, Egito.

Ao intervalo, Benchimol ia dando vantagem aos "tubarões azuis". O Egito pressionou muito, mas Vozinha esteve sempre atento e esta seleção sem a velocidade, qualidade e imprevisibilidade de Moh Salah (lesionado), não é a mesma.

No entanto, os comandados pelo português Rui Vitória conseguiram virar o marcador na segunda parte, com golos de Trezeguet e Mostafa Mohamed, já perto do fim do jogo. Ainda assim, Cabo Verde chegou ao empate no último suspiro, com um golo de Bryan Teixeira. Um empate que garante uma passagem "limpa" aos oitavos de final e que deixará os próximos rivais a pensar que Cabo Verde não será "pêra doce".

Moçambique: Faltou um bocadinho assim...

Experiência, rodagem, consistência... Moçambique ficou a um golo de um apuramento histórico para a fase a eliminar do CAN 2023. Os "mambas" empataram 2-2 frente ao Gana e "caíram" na fase de grupos, mas deixaram uma imagem fantástica.

Moçambique deixa na retina duas boas exibiçõesFoto: Luc Gnago/REUTERS

Eram candidatos ao último do lugar do grupo B, mas provaram que o futebol joga-se em campo e foi por um golo que a felicidade total não chegou. Dois empates frente a campeões africanos e uma derrota que deixou moça frente a Cabo Verde.

Moçambique fez um percurso de montanha-russa em dois dos três jogos que fez no grupo B. Tirando a derrota redonda frente a Cabo Verde, os "mambas" empataram a duas bolas quer frente ao Egíto, quer frente ao Gana. E pode ter sido frente ao heptacampeões africanos que Moçambique deixou o sonho fugir. Aos 90+7, Moçambique vencia o Egíto por 2-1 e um penálti - muito polémico - "salvou" o Egito.

Frente ao Gana, a missão era clara: ganhar e esperar que Cabo Verde desse uma ajuda frente ao Egito. Apesar de um jogo equilibrado, o Gana chegou cedo à vantagem, com golo de Jordan Ayew. A vantagem manteve-se e dobrou já no segundo tempo, com bis do jogador ganês e um murro no estômago de Moçambique. Num momento de pressão, Gana foi mais forte por ter melhores jogadores, mas acima de tudo, mais experiência. 

Mesmo de rastos, Moçambique encontrou forças e para o registo histórico, conseguiu arrancar um empate nos "descontos". Catamo e Reinildo, as duas principais referências da seleção dos "mambas", empataram o jogo e deixou no ar aquela sensação de "faltou um bocadinho assim".

Guiné-Bissau não mostrou tudo o que tinha para dar

Após mais uma presença consecutiva na fase final do CAN, a missão não era fácil: Guiné Equatorial, Costa do Marfim e Nigéria. Era claramente a seleção menos forte do grupo A, mas com mais margem de erro e de surpreender. Mas não aconteceu e nunca esteve perto disso.

Guiné-Bissau eliminada na fase de gruposFoto: Daga Spotz/Shengolpixs/IMAGO

A estreia pálida e desinspirada frente à anfitriã, Costa do Marfim (2-0), não deixou boas indicações internta e externamente. É sabida a importância de entrar com o pé direito numa competição como o CAN, ou mesmo sem vitória, deixar indicações de competência e qualidade para os próximos jogos. Não aconteceu.

Na segunda jornada seguiu-se a Guiné Equatorial. E a exibição também não sofreu grandes alterações. Derrota por 4-2 e eliminação. Falta de ambição ou medo de perder, o futebol não é uma ciência exata, mas ficou claro que a seleção de Guiné-Bissau arriscou pouco e ficou até abaixo do futebol que praticou no CAN 2021.

Na despedida, derrota por 1-0 frente à Nigéria, numa exibição mais colorida, mas já tardia.

CAN2023: Seleção de Cabo Verde "faminta" por vitórias

01:54

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