"Sucessão" na FRELIMO fora da agenda do Comité Central
18 de março de 2024
A eleição do candidato da FRELIMO, partido no poder em Moçambique, às eleições presidenciais não faz parte da agenda do próximo Comité Central da organização, disse, esta segunda-feira (18.03), o secretário-geral da organização de veteranos daquela força política.
"Que eu saiba, no dia 05 e 06, o Comité Central vai-se reunir e tem já a sua agenda para essa reunião e, por aquilo que eu sei, não consta a questão da sucessão ou candidatos presidenciais", afirmou Fernando Faustino, secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLIN), falando a jornalistas na cidade de Nampula, à margem da apresentação do gabinete de preparação das eleições do partido no poder naquela província do Norte de Moçambique.
Aquele dirigente desvalorizou comentários segundo os quais o processo de escolha de um candidato do partido às presidenciais de outubro está a arrastar-se, frisando que "a FRELIMO se organiza a tempo".
"Eu penso que isso é relativo, demora em relação a quê?", questionou o secretário-geral da ACLLIN, admitindo, no entanto, que "não é um processo fácil".
Candidato não pode ser "qualquer pessoa"
Fernando Faustino defendeu que o partido tem de selecionar um candidato à altura dos anseios da população moçambicana e com provas dadas de competência.
O próximo candidato tem de ser "uma pessoa que tenha nos seus objetivos o desenvolvimento deste país, uma pessoa que tem a certeza de que de facto queremos sair da situação em que nos encontramos (...), não é qualquer pessoa", acrescentou.
Fernando Faustino escusou-se a apontar qualquer preferência em relação à figura que vai concorrer pela FRELIMO nas presidenciais de 09 de outubro, sustentando que não é função de organizações da FRELIMO indicar candidatos, porque essa competência é do Comité Central.
A Lusa tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos junto do departamento de informação da FRELIMO.
O atual Presidente da República e da Frelimo, Filipe Nyusi, está constitucionalmente impedido de voltar a concorrer para o cargo, porque cumpre atualmente o segundo mandato na chefia de Estado, depois de ter sido eleito em 2015 e em 2019.
Moçambique vai realizar em 09 de outubro próximo as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais.