Candidato da oposição vence presidenciais na Serra Leoa
Reuters | AFP | Lusa | EFE | gcs
5 de abril de 2018
Julius Maada Bio, do Partido do Povo, foi eleito novo Presidente da Serra Leoa e já foi empossado. Mas o candidato do partido no poder, Samura Kamara, contesta os resultados anunciados pela CNE.
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Julius Maada Bio tomou posse como novo Presidente da Serra Leoa poucas horas depois da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciar a sua vitória na segunda volta das eleições presidenciais, a 31 de março.
O candidato do Partido do Povo da Serra Leoa, um ex-líder militar que em 1996 liderou o país por dois meses numa Junta Militar, conseguiu 51,81% dos votos. Bio derrotou o candidato do partido no poder, Samura Kamara, que obteve apenas 48,19% dos votos.
A tomada de posse teve lugar pouco antes da meia-noite num hotel da capital Freetown.
"Começa aqui uma nova era. O povo desta grande nação decidiu seguir uma nova direção", afirmou Maada Bio num discurso após a cerimónia, em que apelou à unidade nacional. "Só temos um país, a Serra Leoa, e somos todos um povo."
Adversário rejeita resultados
Mas Samura Kamara, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e Finanças do Congresso de Todo o Povo, rejeita os resultados anunciados pela CNE, pois "não refletem as grandes preocupações do partido em relação ao 'enchimento' de urnas e outras irregularidades."
O candidatou prometeu recorrer à Justiça para disputar os resultados, apelando aos seus apoiantes para manterem a calma.
O clima de tensão aumentou na Serra Leoa depois de não se apurar um vencedor na primeira volta das presidenciais, a 07 de março. A campanha eleitoral foi marcada por episódios de violência. Julius Maada Bio acusou o partido no poder de usar a polícia para intimidar os seus apoiantes.
O Partido do Povo não ocupa a Presidência desde 2007. Esta foi a segunda vez que Bio se candidatou a Presidente, depois de ter perdido em 2012.
Diamantes: benção e maldição em África
Recentemente o Governo da Serra Leoa recusou uma oferta de 7,7 milhões de dólares para um dos maiores diamantes jamais encontrados no país. Uma ocasião para ver o diamante africano à lupa.
Foto: picture alliance/AP Photo
Uma bênção para a Serra Leoa?
Nos seus tempos livres o padre Emmanuel Momoh explora uma mina. Em Março encontrou um diamante de 709 quilates, que entregou às autoridades para que a receita da venda reverta a favor de todos. Num leilão o diamante obteve a oferta recorde de 7,7 milhões de dólares. Mas o Governo de Freetown achou-a muito baixa e organizou um novo leilão que deverá decorrer na Bélgica nas próximas semanas.
Foto: picture alliance/AP Photo
A estrela da Serra Leoa
Já em 1972 foi encontrado um diamante gigantesco na Serra Leoa. Com um peso bruto de 969 quilates, a “estrela da Serra Leoa” foi dividida em 17 partes. Apesar da riqueza em recursos naturais, o país ocupa um dos últimos lugares no Índice de Desenvolvimento da ONU. Durante décadas, o comércio ilegal de diamantes financiou uma guerra civil na qual morreram dezenas de milhares de pessoas.
Foto: Imago/ZUMA/Keystone
Botswana: o sítio dos maiores diamantes
Quando se trata do tamanho e do valor de diamantes, o Botswana ocupa o primeiro lugar. O segundo maior diamante jamais extraído no mundo tem o nome “Lesedi La Rona”, ou “a nossa luz”. É do tamanho de uma bola de ténis e tem 1.109 quilates. Foi encontrado em 2015 com a ajuda de raios-X. A iniciativa valeu a pena: mais tarde foram extraídos mais dois diamantes de muitos quilates no mesmo local.
Em Abril o “pink star” foi vendido pela soma recorde de 71 milhões de dólares. O diamante com 132,2 quilates foi encontrado na África do Sul. A lapidação levou dois anos, e produziu o maior diamante rosa do mundo, com quase 60 quilates. A "estrela rosa" foi leiloada uma primeira vez em 2013. Mas o comprador não conseguiu reunir a soma de 83 milhões de dólares e teve que devolver a pedra.
Foto: Reuters
Diamonds are a girl's best friend
A atriz Elizabeth Taylor era famosa pelo seu amor aos diamantes. Quando morreu, em 2011, as suas jóias foram leiloadas por quase 140 milhões de dólares. Durante muito tempo, os negociantes de pedras preciosas queixaram-se da queda de preços. Mas desde o ano passado, os preços recomeçaram a subir e a procura pelo diamante bruto cresce, alimentando a esperança de muitos prospectores africanos.
Foto: picture alliance/dpa/C. Melzer
Nem luxo, nem fascínio
Os prospectores no Zimbabué cavam com pás e com as próprias mãos à procura das pedras preciosas, na esperança de encontrarem um diamante que os redima da pobreza. Mas regra geral os grandes diamantes são encontrados em minas de exploração industrial, onde as máquinas têm a capacidade de peneirar grandes quantidades de minério.