Titica apresentou-se no Rock in Rio, no Rio de Janeiro, na noite de sexta-feira. Juntou-se à banda Baiana System para fazer uma mistura de kuduro, género pelo qual ficou conhecida, e samba, num dos palcos do evento.
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A cantora angolana Titica apresentou-se no Rock in Rio, evento de música no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (22.09). "Para mim foi prazeroso dividir o palco com grandes músicos, com os grandes artistas do mundo. A experiência que tive, a aprendizagem, o intercâmbio entre Brasil e Angola foi maravilhoso", disse.
Ao Rock in Rio, ela trouxe o kuduro, género pelo qual ficou conhecida, e apresentou-se com a banda Baiana System, de Salvador. Juntos, gravaram a música "Capim Guiné", que tem a participação de Margareth Menezes.
Sobre o show, Titica contou que ela e o grupo brasileiro partilham de referências sonoras semelhantes. "Temos muita coisa em comum, para começar os ritmos dos nossos países são similares. Temos o semba em Angola e eles têm o samba. Poderíamos ter misturado semba e samba, mas acabamos fazendo um kuduro com o samba", contou Titica.
O vocalista do Baiana System, Russo Passapusso, explicou que descobriu o trabalho da cantora pesquisando sobre o ritmo kuduro. "Ouvi uma música de Titica chamada 'Olha o Boneco'. Depois disto ela virou minha diva. Tentei trazê-la para o Carnaval, mas não deu certo. Depois surgiu esta oportunidade de escolhermos alguém para tocar connosco no Rock in Rio e de cara pensámos nela", destacou.
Primeira cantora transexual de Angola
Titica é reconhecida como a primeira cantora transexual — assumiu a transexualidade aos 17 anos — a fazer sucesso em Angola. Declarou que o público brasileiro se parece com o angolano, "muito acolhedor, muito carinhoso", segundo ela.
Apesar do reconhecimento e dos anos de trabalho, Titica ainda teme que sua carreira seja prejudicada por sua sexualidade. E lembra a violência e a discriminação que sofreu: "Já fui apedrejada e agredida por causa da minha opção sexual em Angola. Os mesmos que fizeram isto acabaram ficando meus fãs", conclui.
Zeitz MOCAA - um museu espetacular de arte contemporânea africana
A Cidade do Cabo, na África do Sul, alberga agora o maior museu de arte contemporânea africana do mundo. Um silo de grãos construído nos anos vinte do século passado foi convertido em Museu.
Foto: Getty Images/AFP/R. Bosch
Arte no silo
O Museu Zeitz de Arte Contemporânea Africana (MOCAA) ocupa uma área de mais de 9.500 metros quadrados, seis mil dos quais destinados a exposições. A coleção Zeitz bem como exibições especiais temporárias estarão expostas em 80 galerias individuais. O antigo silo de grãos alberga 100 salas de exposições dedicadas exclusivamente à arte africana.
Foto: J. Jaki
"Pássaro-relâmpago" no átrio
Como uma catedral, o átrio do MOCAA é um espaço com 27 metros de altura, destaca-se pelas suas longas calhas do silo que se assemelham a tubos de órgãos. Na parte superior está a instalação "Iimpundulu Zonke Ziyandilenda" do artista sul-africano Nicholas Hlobo. Ela mostra uma criatura mítica sul-africana associada à feitiçaria - o "pássaro relâmpago".
Foto: J. Jaki
Para sempre no limbo
A coleção privada do empreendedor alemão Jochen Zeitz faz parte da exposição permanente do MOCAA. A instalação na imagem chama-se "Emabutfo" e pertence ao artista da Swazilândia, Nandipha Mntambo. Ele, que foca aspetos de identidade, corpo e papel do género, vive e trabalha em Joanesburgo.
Foto: J. Jaki
Arte como arma
Outra instalação suspensa é o "Divider" de Lungiswa Gqunta. É feita de 130 garrafas de cerveja suspensas com cordas de plástico. O jovem artista sul-africano utiliza objetos do quotidiano que, quando combinados, podem rapidamente se transformar em armas.
Foto: J. Jaki
Da rua para o museu
Uma sala inteira é dedicada aos auto-retratos de Cyrus Kabiru. A série intitulada "C-Stunners" mostra o artista queniano com várias máscaras e óculos criados a partir de objetos que o artista encontrou nas ruas de Nairobi.
Foto: J. Jaki
Tudo em um
Oscilando ente a arte contemporânea, moda e performance - a imagem mostra um detalhe de uma escultura da artista sul-africana Athi-Patra Ruga intitulada "Proposed Model for Tseko Simon Nkoli Memorial." E no fundo vêem-se quadros do pintor sul-africano Penny Siopis.
Foto: J. Jaki
Novo para o velho
Sem nome, a escultura de metal do artista sul-africano Kyle Morland está exposta ao lado do restaurante do Museu. O jovem escultor cria a sua arte a partir do alumínio, aço e materiais reciclados.
Foto: J. Jaki
Terraço para exposições com vista
O último piso do MOCAA também é usado para exposições ao ar livre. Os visitantes têm uma visão privilegiada do centro da Cidade do Cabo e do Table Mountain. O preço de 15 euros por um ingresso anual ou a entrada gratuita nalguns feriados para visitas menos frequentes são formas que o museu encontrou para atrair multidões.