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CASA-CE quer tornar-se um partido de massas em Angola

Maria João Pinto4 de abril de 2013

Angola tem uma democracia de fachada, com um autoritarismo caracterizado pelo poder pessoal de um só cidadão, disse Abel Chivukuvuku, líder da CASA-CE que esteve reunida em Congresso, em Luanda.

Presidente da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, durante campanha eleitoral, em 2012
Presidente da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, durante campanha eleitoral, em 2012Foto: Reuters

Um congresso "de muito sucesso", em que se definiu que, até 2016, a CASA-CE irá formalizar a sua transformação de coligação em partido. É assim que Abel Chivukuvuku descreve aquele que foi o primeiro congresso extraordinário da terceira força política de Angola, que, perante os "inúmeros desafios" do país, se quer assumir como um partido de massas, disposto a ser uma "alternativa real".

CASA-CE definiu 3 anos para se transformar em partido

3 anos é o limite definido pela CASA-CE para o culminar das suas transformações, o grande tema deste primeiro congresso extraordinário. Nessa altura, de acordo com o presidente, Abel Chivukuvuku, a CASA-CE deixará de ser uma coligação para se afirmar como um partido político, capaz de derrubar o regime angolano, que classifica como "autoritário".

À DW África, Chivukuvuku explicou que, com esse objectivo em vista, durante este congresso, definiu-se a nova identidade política do futuro partido. Segundo ele, o eleitorado em 2012 indicou que "depois de três meses de existência a CASA-CE ainda era uma opção das classes urbanas e sobretudo da juventude. Precisamos expandir-nos e transformar-nos numa organização de massas, desenvolver capacidades para contatos de cidadadão para cidadão. Por isso, a nossa opção é a rua a rua, casa a casa, conversa com os cidadãos".

Eleições gerais em Angola em 2012Foto: DW

Tudo para se tornar um partido de massas. Com os olhos postos nas eleições gerais, previstas para 2017, o líder da CASA-CE rejeita as vozes que colocam a presença da coligação maioritariamente em Cabinda e Luanda, admitindo, no entanto, que é preciso crescer para mudar.

A CASA-CE está implantada em todo o território angolano

Para Chivukuvuku, a coligação que lidera já é uma realidade nacional. "Estamos implantados em todos os municípios deste país e vamos agora alargar essa nossa presença, garantir a funcionalidade de nossas estruturas e fazer com que a nossa mensagem chegue a todos os cantos de Angola", afirmou antes de acrescentar que "a determinação da CASA-CE é de que têm que acontecer em Angola mudanças profundas nas eleições gerais de 2017".

Num congresso que contou com a participação de personalidades como o antigo primeiro-ministro Marcolino Moco e o economista Carlos Rosado para discutir o estado da Nação, chegou-se à conclusão de que Angola ainda não é um Estado democrático, como vincou na entrevista à DW África, Abel Chivukuvuku.

“Não temos ainda em Angola uma democracia verdadeira", afirmou. "Somos um país em transição para a democracia, mas com um autoritarismo de poder unipessoal do Presidente da República, e por isso, a CASA-CE tem que ser um instrumento que vai desenvolver ações no sentido de aprofundar a afirmação da democracia em Angola".

Abel Chivukuvuku, Presidente da CASA-CEFoto: Quintiliano dos Santos

As críticas continuam, passando também pela economia, área em que a CASA-CE condena o crescimento unilateral, dependente do petróleo e não gerador de emprego e a pobreza de mais de 60% da população. Perante o cenário angolano pintado neste congresso, de acordo com Abel Chivukuvuku, está justificada a existência da Convergência Ampla de Salvação de Angola. E foi esta a conclusão que a CASA-CE chegou:

"Os desafios do país são tão graves, a questão da busca da realização da sociedade é tão premente que era necessária a existência da CASA-CE fazendo com que se realizasse uma alternância em Angola. Por isso é preciso fazer com que este governo, que é antipatriótico e insensível, saia do poder".


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