CASA-CE sem acesso a dinheiro da campanha em Cabinda
2 de agosto de 2022Dezenas de militantes da CASA-CE protestaram esta terça-feira (02.08) em frente à agência bancária do Banco de Poupança e Crédito (BPC) em Cabinda contra o bloqueio da conta da coligação na província.
Exibiam cartazes com dizeres como "BPC, desbloqueia já a nossa conta".
Em declarações à DW, José Osvaldo Tembo, secretário executivo nacional adjunto da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), disse que o bloqueio se prolonga há várias semanas, e houve um vaivém de encontros com o banco.
"Como não estávamos a encontrar consenso, reunimos a nossa massa militante para ver se a direção local poderia contactar a central para resolver esse problema. Os dias estão a passar e nós somos uma instituição que tem de fazer campanha", afirmou.
Segundo a CASA-CE, é na conta bloqueada que está o dinheiro para realizar as atividades de campanha.
"Isso é sabotagem ao nosso trabalho, porque sabem que a CASA-CE tem muita aceitação. Para piorar, nem nos notificaram que a conta seria bloqueada", protesta Osvaldo Tembo, que trabalha neste momento em Cabinda como coordenador da campanha da coligação.
Para as eleições deste ano, o Estado angolano deu a cada partido político e coligação um valor equivalente a 2,5 milhões de euros para o financiamento da campanha eleitoral, valor que é depois distribuído pelas províncias.
Um "mal-entendido"
Contactado pela DW, o gerente da agência bancária do BPC em Cabinda, Vladimir Luemba, disse que tudo não passa de um mal-entendido.
Segundo o responsável, o problema estará relacionado com o destinatário do pagamento do dinheiro da campanha. O valor terá ido para uma conta desativada do PALMA, um dos partidos que integram a CASA-CE, e não da própria coligação, algo que terá feito soar os alarmes no banco.
"Nós não temos como adivinhar a conta do PALMA ou da CASA-CE, se não for por instrução do próprio ordenante", disse Luemba.
O protesto em frente à agência bancária do BPC em Cabinda demorou oito horas. Mas a espera compensou para os militantes. Segundo Vladirmir Luemba, a situação foi, entretanto, resolvida.
"Tivemos que trabalhar com a nossa direção de operações, mesmo com a conta cativa", explicou.