1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Mondlane convoca marchas de repúdio contra duplo homicídio

cm | Lusa
20 de outubro de 2024

Venâncio Mondlane convocou marchas pacíficas em Moçambique para segunda-feira em repúdio ao homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe. O candidato presidencial responsabilizou as Forças de Defesa e Segurança pelo sucedido.

Vigília em homenagem a Elvino Dias e Paulo Guambe
Vigília em Maputo em homenagem a Elvino Dias e Paulo GuambeFoto: ALFREDO ZUNIGA/AFP

Após a notícia do assassinato de Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e também do mandatário do partido PODEMOS, Paulo Guambe, o apelo do candidato presidencial vai mais longe. 

Se, até então, o objetivo era ficar em casa nesta segunda-feira (21.10) e "parar com toda a atividade laboral", agora "o carácter é diferente". 

"Vamos manter, mais do que nunca, a greve para segunda-feira. Isso está mais do que claro. Mas agora vamos ter outro carácter diferente. Agora não vamos ficar em casa de braços cruzados, nesta greve ninguém vai pedir autorização a nenhum município. Vamos carregar os nossos cartazes, vamos para as ruas, pacificamente. Não vamos destruir bens públicos nem privados. Mas a nossa greve vai agora sair de casa para as ruas", reforçou Mondlane. 

Citando a bíblia, o candidato presidencial disse que o “sangue” das vítimas “tem de ser vingado”, responsabilizando as Forças de Defesa e Segurança (FDS).

“Fiquem a saber que vocês têm nas vossas costas o sangue destes jovens, mas o sangue destes jovens é o início de uma etapa que só Deus sabe como é que ela vai terminar”, afirmou este sábado (19.10), durante uma vigília com dezenas de pessoas no local do homicídio dos dois apoiantes, em Maputo.

Em Maputo, a marcha está convocada para 09:00 com partida às 10:00 do local onde os dois apoiantes foram assassinados, no centro da capital.

“Se quiserem usar violência [polícial], podem usá-la, mas fiquem saber que depois da vossa violência há de vir algo extraordinariamente mais forte do que vocês todos e vão-se arrepender disso, do mesmo jeito que na década de 60, Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano e tantos outros pegaram armas porque havia gente que estava jorrar sangue de jovens inocentes aqui nesta mesma cidade, hoje vocês estão a substituir os opressores de ontem", acusou.

“Então não esperem que o vosso final seja diferente dos opressores de ontem, da mesma maneira que vocês libertaram os opressores de ontem nós, hoje, podemos nos libertar dos opressores de hoje e temos capacidade de o fazer. Estamos em superioridade numérica”, avisou, numa declaração emocionada à comunicação social.

Mondlane: "O regime tornou-se assassino do seu próprio povo"

01:58

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema